Com base aos sistemas linguísticos e várias pesquisas realizadas, o estudo e compreensão da língua é um dos objectivos fundamentais da gramatica que preocupa-se com a observação de suas particularidades e sobretudo regras.
A Gramática: estabelece as normas de expressão verbal, estudando as palavras e a correcta construção ou estruturação das frases. Ela pode ser:
Normativa: providenciando a análise da língua no seu funcionamento em determinada época.
Histórica:conservando todas as modificações sofridas pela evolução da língua ao longo dos tempos.
Partes da Gramática
·
Lexicologia - parte da Gramática que estuda o vocabulário nas suas origens e as
suas transformações fonéticas, fonológicas, sintáticas e semânticas…
·
Morfologia - estuda as classes das, descreve suas regras e a estruturação interna
das palavras (suas formas e flexões).
·
Sintaxe - estuda a organização, combinação e funções das palavras dentro das
frases obedecendo regras próprias.
·
Semântica - estuda os sentidos e significados das palavras ou frases dentro e
dos textos.
·
Fonética: estuda os sons, sua produção escrita (ortografia) e transformações
variáveis.
Outras noções:
·
Fonologia: é o ramo da linguística que estuda o sistema sonoro das línguas. Da
variedade de sons que aparelho fonador humano pode produzir (e que é estudado
pela fonética) só um número relativamente pequeno é usado distintivamente em
cada língua.
·
Literatura: conjunto da produção escrita, as expressões verbais artísticas,
compreendendo as obras estética de expressão oral e escrita.
·
Vocabulário: conjunto de palavras.
CAPÍTULO I - FONÉTICA Entre as partes que constituem a gramática, a Fonética é a que se ocupa no estudo dos sons, sua produção, suas combinações, sua representação na escrita e suas modificações.
Dai que neste capítulo, interessa analisar estes sons. Na Língua Portuguesa os sons são representados pelas letras e outros sinais gráficos. Na verdade, a ideia de representação gráfica dos sons remete-nos para o alfabeto e outros meios de representação ortográfica.
O alfabeto
O alfabeto da Língua Portuguesa é composto por vinte e três letras e mais três. Dissemos mais três porque estas últimas foram incluídas pela existência de palavras de línguas estrangeiras no vocabulário do Português.
Maiúsculas Minúsculas Designação
A a á
B b Bê
C c Cê
D d Dê
E e É
F f Efe
G g Gê
H h Agá
I i I
J j Jota
K k kapa
L l ele
M m eme
N n ene
O o ó
P p pê
Q q quê
R r erre
S s esse
T t tê
U u u
V v vê
W w vê dobrado /dâblio
X x xis
Y y ipsilon
Z z zê
E ainda:
Grafia Designação
Ç cê cedilhado
Dígrafos
Rr erre duplo
Ss esse duplo
Ch cê-agá
Lh ele-agá
Nh ene-agá
Gu guê-u
Qu quê-u
O emprego das letras maiúsculas
As letras maiúsculas empregam-se:
1.
No princípio de um período.
Ex.: Com efeito, as condições melhoraram e já se pode
respirar de alívio...
1.
Nos nomes próprios de pessoas,
terras, países, regiões, montanhas, montes, cordilheiras, etc.
Ex.: Nayole, Camabatela, Angola, Mussulo,
Moco, Kilimanjaro, Andes.
1.
Nos nomes dos meses do ano, das
estações, das festas tradicionais.
Ex.: Dezembro, Verão, Páscoa.
1.
Nos títulos de livros.
Ex.: Clandestinos no Paraíso (de
Luís Fernando)
1.
No nome de Deus e de outras
entidades religiosas (Cristo, Espírito Santo).
1.
Nos nomes de povos, grupos
regionais, tribos quando são empregados como substantivos.
Ex.: Angolanos, Bakongo, Vatwa.
1.
Nos nomes de pessoas ou entidades
que respeitamos ou que se referem a altos nomes ou cargos políticos e
religiosos.
Ex.: minha Mãe, o Ministro, a Igreja.
1.
No nome de disciplinas escolares.
Ex.: Língua Portuguesa, História,
Geometria Descritiva.
1.
Nas expressões ou pronomes de
tratamento.
Ex.: Vossa Excelência, Reverendo, Meritíssimo.
1.
Nas formas pronominais referidas a
entidades.
Ex.: A Deus vemo-Lo em toda a parte.Vogais e Consoantes
As vogais são fonemas produzidos pela laringe, independentemente da intervenção de outros órgãos. São os sons produzidos apenas pelas cordas vocais sem a intervenção das outras partes do aparelho fonador. São elas:
--------------------------- a, e, i, o, u ------------------------------------
As consoantes representam os sons que apenas podem ser pronunciados com uma vogal na qual se apoiam e em cuja produção intervém uma fricção ou obstrução realizada pelos órgãos do aparelho fonador. Consoantes:
----------b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, y, z ------------
As letras k, w e y são consideradas como semivogais, já que podem ter valor de vogais ou consoantes em função da pronúncia.
Translineação e Divisão silábica
As sílabas são as unidades em que se dividem as palavras quando soletradas.
Ex.: Car-ro, mi-nu-to
A vogal é indispensável para a constituição da sílaba em português, chegando a ser o elemento fundamental da mesma. Tal é assim que uma sílaba pode ser constituída apenas pela própria vogal, por um ditongo, por uma vogal ou ditongo antecedidos ou sucedidos por consoantes.
Ex.: a-mor, au-men-to, cor-po, etc.
As sílabas podem ser abertas quando terminadas em vogal (ca-sa) e fechadas quando terminam em consoante (sim-ples).
Em relação ao número de sílabas que as palavras podem conter, elas estão distribuídas em monossílabos (palavras com um única sílaba- pé), dissílabos (palavras com duas sílabas- ra-to) e polissílabos (que são palavras com três ou mais sílabas- téc-ni-ca).
Translinear significa separar uma palavra no final da linha utilizando um hífen (-). De modo que, é necessário que esta separação não descure do respeito das regras de divisão silábica. Assim, podem ser divisíveis:
1.
Duas consoantes que se seguem sem
para tal, constituam um grupo, sendo que não pertençam à mesma sílaba ainda que
uma delas não se pronuncie.
Ex.: rus-so, des-cer, a-dop-ção.
1.
Duas vogais que se seguem,
pertecendo a sílabas diferentes, o conhecido hiato.
Ex.: mi-ú-do, ra-i-nha, do-er.
1.
Duas consoantes graficamente
iguais.
Ex.: guer-ra, as-sar, co-mum-men-te,
con-nos-co.Porém, são indivisíveis:
1.
As consoantes que ocorrem no
início de sílaba (grupo consonântico homossilábico) e também os dígrafos lh,
nh, ch, gu, qu.
Ex.: pa-lha-ço, cu-nha-do, fe-cha-du-ra,
man-guei-ra, má-qui-na.
1.
As sequências de vogal e consoante
gráfica nasal.
Ex.: am-bu-lân-cia, cam-po.
1.
Os ditongos decrescentes (aqueles
em que a vogal antes da semivogal).
Ex.: cha-péu, boi, fui.
1.
As partículas ea, eo, ia,
ie, io, oa, ua, ue se em posição final átona e pronunciadas como
ditongos crescentes, correspondendo foneticamente a duas vogais pronunciadas
com pausa.
Ex.: pa-ciên-cia, á-rea, sé-rie, á-gua,
etc.Combinações Especiais
Por causa de vários equívocos e erros ortográficos, importa aqui apresentar a utilização de alguns segmentos.
·
O uso do h
No início e no fim de uma palavra, a letra h não se
pronuncia.Utiliza-se no início por força da etmologia (homem, haver); em função da adopção convencional (hum! hã!) e no final de algumas outras interjeições (eh! oh!)
Mantém-se, nas palavras compostas, quando pertence a um elemento que está ligado ao anterior por hífen (sobre-humano, anti-higiénico), todavia o h combinado com as letras c, l, n altera substancialmente a pronúncia destas letras (charco, coelho, apanhar).
g e j
A consoante g pronuncia-se g antes de a, o e u (carga, logo, agulha) e tem pronúncia de j antes de e e i (gelado, gigante). De modo que, para que se leia g convencionalmente é imposto o uso de u entre a consoante e a vogal (guerra). Mas a consoante j preonuncia-se sempre j (jogo, jacaré, jacente).
O s e z
É comum estas duas letras terem a mesma pronúncia (z) no interior ou no final das palavras. Apesar de não ser possível fixar regras precisas, o seu uso se justifica, em regra, pela sua origem. Usa-se o s:
1.
Nos sufixos -oso e –osa (rugoso,
maravilhosa);
1.
No sufixo -esa nos casos do
feminino dos nomes de naturalidade ou nacionaliade terminados em -ês ou
de cargos ou títulos e nos substantivos com origem no particípio de verbos cujo
radical termina em d (irlandesa, arquiduquesa, defesa);
1.
Nas palavras com
Ainda dentro da fonética:Fonologia:é a ciência que estuda os fonemas de uma língua.
Ortografia: conjunto de normas relativas a utilização dos sinais gráficos.
Ortotonia: conjunto de normas relativas a pronúncia das palavras.
Palavra: som ou conjunto de sons articulados (ou escritos) com sentido.
Silaba: unidade de pronúncia em que se dividem as palavras.
Fonema: é a unidade de som mais pequena da língua.
Letra: é um sinal gráfico para reproduzir na escrita as nossas palavras.
Os sinais da escrita podem ser principais (letras e algarismos) e auxiliares (sinais de pontuação, acentos, hífen, cedilha. apóstrofo, til)
Acentuação:
Quando pronunciamos uma palavra com várias sílabas (polissílabo) distinguimos normalmente uma delas que se destaca em relação às outras, sendo percebida como a mais "forte". Esta sílaba é chamada de sílaba acentuada ou tónica (as restantes são não acentuadas ou átonas).
Quanto ao acento as palavras podem ser:
- Agudas - quando o acento recai na última sílaba (café, mulher);
- Graves – quando o acento recai na penúltima sílaba (provável, mala);
- Esdrúxulas - quando o acento recai na ante penúltima sílaba (fantástico, ídolo).
Os acentos gráficos são sinais que assinalam na escrita a vogal tónica, evitando possíveis erros de leitura.
Conhecemo-los como:
- Agudo [´]: emprega-se sobre a vogal tónica (maré, insônia, há, saía, húmido);
- Grave [`]: usa-se para assinalar as contrações da preposição a com o artigo…
(Parte 2 de 12)
Circunflexo [^]:
usa-se sobre a vogal tónica se esta for a, e ou o fechados (pêssego, bisavô).
A Crase do
"a" só ocorre antes de nomes femininos e sobretudo quando são
antecedidos por artigos do género feminino
|
Ex.: Vou à
escola hoje.
À=
(preposição + artigo)
ATENÇÃO
- Se
tiver dúvidas, pode substituir na frase o nome feminino que aparece a
seguir ao "a" por um nome masculino e reconstrua a frase.
Se na nova frase a junção resultar em "ao", então sem
dúvidas não há contração.
Ex.: Vou à
praia esta tarde. / Vou ao mercado esta tarde.
Nome
feminino Nome masculino
Há crase:
- Antes
de Complemento- recto ("'a quem?"). Ex.: Entreguei o livro à Ana.
- Antes
de Complemento circunstancial de tempo ("quando?"). Ex.: Chegou
em casa às 10 horas.
- Antes
do complemento circunstancial de Lugar ("aonde?") Ex.: Hoje vou à
biblioteca estudar.
- Antes
de Complemento circunstancial de modo ("'como?) Ex.: Vou sair à
francesa.
Não hã
crase:
- Antes
de um verbo. Ex.: Estás a insistir porquê?
- Antes
de um artigo indefinido. Ex.: Jandira deu o manual a uma sobrinha.
- Antes
do pronome demonstrativo este/a/s. Ex.: Vou a esta livraria.
- Antes
de pronomes indefinidos. Ex.: Não entregues a ninguém; Insultou a
toda a gente.
- Antes
de quem: Ex.: A aluna a quem falo...
- Entre
duas palavras iguais. Ex.: frente a frente, lado a lado.
- Em nome
de disciplina. Ex.: Tive 7 a Português.
- Nas
datas. Ex.: o Teste será a 13 de Fevereiro; O Preparatório vai de
03 de Novembro a 30 de Janeiro.
- Antes
de nomes femininos no plural (em caso de omissão). Ex.: Deu a
crianças do INAC.
Em
topónimos:
Nos casos de
contração em topónimos (palavras que indicam nomes países, cidades, regiões)
lugares, etc. – ex.: Angola, Espanha, etc.), se forem nomes masculino, não há
crase:
Nome
feminino
Nome
masculino
Ex.: Vou ao
Huambo; Vamos ao Brasil.
Mas se for
feminino, naturalmente, há crase. Ex: Vou à Itália.
Há topónimos
que não se usam precedidos de artigo: -Angola, Portugal, Moçambique…
Nestes casos
não há crase. Porém, em caso de dúvida. Podemos usar tais nomes que tenham como
regência a preposição "de".
Ex.: Venho
de Angola Vou a Angola Não há contracção.
Venho da
Austrália Vou à Austrália Há contracção.
Voltei da
Namíbia Regresso à Austrália Há contracção.
Voltámos da
Hwla Chegamos à Huíla Há contracção.
Sinais
auxiliares da escrita:
- hifen
ou traço deuniao [-] usa-se para: ligar elementos de palavras
compostas ou/ e algumas derivadas. Ex.: pré – escolar,chapéu-de-chuva.
- Para
ligar pronomes átonos a formas verbais, Ex.: retire-o; levá-la-ei.
- Na
translineação.
- Cedilha
[¸]
coloca-se por baixo de (C, antes de a, o') e''u”, para representar a
fricativa linguodental surda ("dar" valor de s). Ex.:
açúcar, caçar, praça, açoitar.
- Apóstrofe
[ʻ] serve
para assinalar a supressão de um fonema - geralmente de uma vogal – no
verso, em certas pronúncias populares ou em palavras compostas ligadas
pela preposição de.
Ex.: esp'rança;
p'Ios; p'ra; olho d'~·galinha d' Angolâ; Sant' Ana; Sane António.
- Til [~]é
usado para indicar a nasalização da vogal. Ex.:(açã, mão, oração. põe)
Sinais de pontuação:
Os sinais de
pontuação servem para tornar mais clara e expressiva língua escrita. Uma vez
que esta dispõe dos recursos da língua falada como as pausas ou entoação,
recursos esses que de algum modo, a pontuação deverá representar pelo menos de
forma aproximada.
Um uso
adequado da pontuação é fundamental, dado que feita de forma incorrecta pode
levar a uma interpretação diferente da pretendida.
Os sinais de
pontuação são:
- Ponto(.)
- Vírgula
(,)
- Dois
pontos (:)
- Ponto
de interrogação (?)
- Ponto
de exclamação (!)
- Reticências
( ... )
- Travessão
( - )
- Parênteses
(( ))
- Aspas
(« »)
- Ponto -
usa-se em final de período, quer seja simples ou composto. Marca,
relativamente à língua, uma pausa máxima. Quando se pretende assinalar a
passagem de um assunto para o outro, de uma ideia ou' grupo de ideias para
outras, ou, de um modo geral quando se deseja marcar uma divisão maior
dentro de um mesmo texto, abre-se um parágrafo, que se assinala pela
mudança de linha. O ponto que ocorre no final do texto é chamado de
parágrafo." O ponto pode ser usado ainda para assinalar formas
abreviadas (Dr. I Sr. N.Ex,").
- Vírgula -
marca uma pausa curta. Emprega-se para separar determinados elementos
dentro de uma oração ou orações dentro de um mesmo período.
Apesar de
não ser absolutamente uniforme a utilização da vírgula, há no tanto, algumas
regras que devem respeitar-se de forma a assegurar a interpretação correcta das
frases.
- O
sujeito nunca deve ser separado do predicado por vírgula igualmente entre
o verbo e o complemento directo;
- Usa-se
também para separar orações coordenadas excepto quando ligadas pela conjunção
copulativa ("e");
- Para
isolar orações relativas e explicativas;
- Para as
orações subordinadas adverbiais;
- Para
Separar o nome do lugar, quando se data um escrito (Luanda, 27 de
Novembro de 2007) …
- Ponto e
vírgula
representam uma pausa maior do que a marcada pela vírgula e menor do que a
assinalada pelo ponto. Há alguma imprecisão no seu emprego, uma vez que
pode, nalguns casos substituir-se por vírgula e noutros por ponto. Usa-se:
- Para
separar orações com estrutura idêntica, especialmente coordenadas,
sobretudo se forem um 'tanto longas;
- Para
substituir a vírgula quando no período há duas ou mais orações
subordinadas dependentes da mesma principal;
- Dois
pontos -
marcam uma pausa maior que a da vírgula, mas menor do que a do ponto.
emprega se antes de:
- Um
discurso directo, geralmente introduzido por formas verbais declarativas
ou interrogativas directas;
- Uma
enumeração e /ou descrição; .,
- Uma
oração que explica, sintetiza ou confirma a ideia contida na oração
anterior.
- Ponto
de interrogação - usa-se em final de frases interrogativas
directas, mesmo quando não se pressupõe a uma resposta.
- Ponto
de exclamação - representa uma entoação exclamativa,
colocando-se no final de frases que exprimem surpresa, prazer, dor, ete.,
ocorre frequentemente depois de interjeições, em frases imperativas e
vocativos a que se pretende dar intensidade.
- Reticências
-
assinalam uma suspensão da frase. Podem indicar que há uma hesitação.
- Travessão -
usa-se também para indicar diálogo interlocutores e para separar frases
intercaladas.
- Parênteses -
usam-se para separar palavras ou frases intercaladas que completam,
precisam, explicam ou mesmo comentam qualquer elemento referido no
discurso ou relacionado com o assunto tratado.
- Aspas (ou
comas) - usam-se para assinalar o início e o fim de uma citação,
distinguindo-o claramente do resto do 'texto; para destacar palavras ou
expressões pouco usadas (por. ex, palavras estrangeiras), ou empregadas de
valor especial (afectivo, irónico) ou quando se indicam aspectos
diferentes da sua forma ou significado. Usam-se também para, indicar o
título de uma obra.
- Translineação:
quando
na escrita, separamos uma palavra no final de uma linha usando hífen, a
essa divisão chamamos de translineação, que deve respeitar a divisão
silábica não se podendo separar letras que representam segmentos que
pertencem à mesma sílaba.
- Regra
geral: A
divisão silábica faz-se por So-le-tra-ção, Mas se deve atender aos
seguintes casos especiais:
Separam-se:
- A vogal
seguida pode separar-se desde que não sejam ditongos (ha-bi-tu-al
men-te);
- As
consoantes dobradas separam-se uma de cada lado -rr, -ss, -nn, (pos-se;
ar-ru-mar);
- Os
grupos de consoantes.e vogais que não pertencem a mesma sílaba (fac-to;
ap-ti-dão);
Não se
separam:
- Os
dígrafos ((lh,
nh, sh, ss, cr, cre…)
Nota: as
palavras com hífen (na translineação), o mesmo repete-se na linha imediata
( deve- /-se; chamo-/-me).
CAPÍTULO II
- NOÇÕES
GERAIS
Linguagem,
Língua e Discurso.
Linguagem: é um
"conjunto complexo de processos resultado de uma certa actividade psíquica
profundamente determinada pela vida social - que torna possível a aquisição e o
emprego concreto de uma língua qualquer". Usa-se também o termo para
designar todo sistema de sinais que serve de meio de comunicação entre os
indivíduos. Desde que se atribua valor convencional a determinado sinal, existe
uma linguagem mediante o uso. À linguística interessa particularmente uma
espécie de linguagem, ou seja a linguagem falada ou articulada.
Língua é um sistema
gramatical pertencente a um grupo de indivíduos. Expressão da consciência de
uma colectividade, a lingua é o meio par que ela concebe o mundo que à cerca e
sobre ele age. Utilização social da faculdade da linguagem, criação da
sociedade, não pode ser imutável; ao contrário, tem de viver em perpétua
evolução, paralela à do organismo social que a criou.
Discurso é a língua
no ato, na execução individual. E, como cada indivíduo tem em si um ideal
linguístico, procura ele extrair do sistema idiomático de que se serve as
formas de enunciado que melhor lhe exprimam o gosto e o pensamento. Essa
escolha entre os diversos meios de expressão que lhe oferece o rico repertório
de possibilidades, que é a língua, denomina-se estilo.
A distinção
entre linguagem, língua e discurso, indispensável do ponto de vista
metodológico, não deixa de ser em parte artificial. Em verdade, as três
denominações se aplicam a aspectos diferentes, mas não opostos, do fenómeno
extremamente complexo que é a comunicação humana.
Um dialecto
é a forma como uma língua é realizada numa região específica.
Cientificamente este conceito é conhecido por "variação linguística.
Variedades
Linguísticas
A
sociolinguística - ramo da linguística que estuda a língua como fenômeno social e cultural,
assumindo diferentes formas de variações: várias regiões do país. Tal facto, é
deterrninante para o surgimento duma variante do português angolano, uma vez
que esta assume características próprias dos falantes deste país africano, no
que se distingue da matriz de Portugal e do Brasil, do mesmo modo, dos outros
países africanos falantes do português. A língua portuguesa tem uma relação
privilegiada com Kimbundu, Kikongo, Umbundu, Cokwe, Kwanyama, e outras línguas
e suas variantes. Dessa relação a língua portuguesa tem sido privilegiada com a
criação e enriquecimento de novos vocábulos, principalmente, da gíria e do
calão Luandense.
Para os
angolanos a Língua Portuguesa pode ser considerada, ainda, como língua materna,
essencialmente, para as zonas urbanas e do litoral. Para outros, é uma língua
secundária. Pois, tem-se noção de língua materna, aquela que é aprendida desde
o berço, a língua de primeiro contacto.
A
comunicação
Segundo
historiadores, existe no seio da raça humana um conjunto de sinais próprios de
cada sociedade, região ou população que tem a já muito tempo possibilitando o contacto
entre os seres de cada uma das espécies do planeta. Todos estes sinais códigos
e marcas reunidos compreendidos e descodificados, dão como resultado final a
comunicação.
(Parte 3
de 12)
(Parte 4
de 12)
Comunicar é um acto
fundamental na vida humana por ser através deste processo que o homem troca
informações, aprende, partilha sentimentos, emoções, experiências e muito mais.
Para que
haja a comunicação é necessário que haja linguagem sendo esta subdividida e
representada em três distintas partes que são:
- Linguagem
verbal
- Linguagem
não verbal
- E a
linguagem mista
- Linguagem
ou comunicação verbal: é aquela por onde se faz a utilização das
palavras (fala ou escrita) mantendo o contacto linguístico entre os
falantes. Está é a linguagem exclusiva do homem e constitui o sistema mais
rico e complexo da comunicação o qual obedece as regras gramaticais de
ortografia e de pronúncia.
Ex.: A
carta, o diálogo etc.
- Linguagem
ou comunicação não verbal: Como diz o nome nesta comunicação não se faz por
variadas razões a utilização das palavras mas sim se usarão os sons,
gestos e por vezes os ícones.
Ex.: os
semáforos, a buzinas, os desenhos em placas nas ruas etc.
- Linguagem
mista: nesta
linguagem faz-se simultaneamente a utilização da linguagem verbal e não
verbal.
Ex.: a banda
desenhada etc.
Elementos
fundamentais da comunicação verbal
São
existentes na língua portuguesa e em várias outras línguas seis (6) factores
fundamentais que viabilizam o processo de transmissão e recepção da mensagem
(comunicação).
Os factores
fundamentais da comunicação são a existência de elementos como: emissor,
receptor, canal, código, mensagem e o contexto e caso não haja estes
elementos não há comunicação.
- Emissor: é o
sujeito falante que dá início à comunicação.
- Receptor: é a
pessoa que recebe e descodifica a mensagem.
- Canal: é o
meio físico que permite a transmissão e circulação da mensagem.
- Código: é o
conjunto de sinais ou signos usados para criar a mensagem. Este deve ser
do conhecimento tanto do emissor como do receptor.
- Mensagem: aquilo
que se transmite do emissor para o receptor através do canal.
- Contexto: a
situação a que se vive no momento da transmissão da mensagem.
Níveis de
língua (linguagem)
A língua
padrão é constituída por um sistema de signos e regras combinatória próprias de
uma comunidade linguística, que permitem a todos os sujeitos falantes
comunicarem entre si e compreenderem-se mutuamente, sejam eles de culturas
diferentes e até mesmo analfabetos.
A língua
padrão é assim designada não apenas para os falantes que se exprimem sempre
dentro dos seus limites, mas também para aqueles que a transgridem, criando os
outros níveis de língua.
Por
linguista e gramático são revistas a existência de cinco (5) níveis diferentes
de língua ou linguagem que são:
- Nível de
língua cuidado: é o nível de língua ou linguagem por onde se faz
a utilização da linguagem com maior rigorosidade e este processo de
utilização tem dificultado a compreensão da mensagem aos falantes que não
fazem a utilização do mesmo nível de linguagem. A linguagem usada pela
maioria de classe alta.
Ex.: V.ex
Sr. Presidente do conselho de ministro anunciar a abertura da partida de
futebol que terá lugar no campo do são Paulo já é um privilégio!
- Nível
de língua corrente (norma padrão): neste nível usa-se a linguagem
de maneiras menos rigorosa a fim de facilitar a compreensão da mensagem
por qualquer falante da mesma língua não dependendo do nível social e de
escolaridade que este ocupa. A linguagem usada por todos nós.
Ex.: Vamos
então à escola!
Nós somos
filhos de Angola.
- Nível
de língua familiar: é o nível de língua ou linguagem no qual se faz
constantemente a utilização do diminutivo, expressões só compreendidas por
elementos da mesma família ou da mesma intimidade.
Ex.:
Joãozinho, filho senta no colinho da mamãe amor. (onde Joãozinho é diminutivo
de João e só assim é tratado com o propósito de se querer mostrar mais carinho,
mimo etc.)
- Nível
de língua popular: é a língua usada pelo povo, quer quando fala,
quer quando escreve. Este nível de linguagem é caracterizado pela
simplicidade do vocabulário em que são raríssimos os termos eruditos, e
pelo desvio da norma nos domínios quer fonéticos como morfo-sintáctico.
Do nível de
linguagem popular classificam se pequenos sub níveis de linguagens tais como o
calão e a gíria.
- Nível
de língua literária: é o nível de linguagem usado na criação de
textos poéticos ou líricos permitindo assim a utilização constante de
figuras estilística ou de retóricas dando ao criador dos mesmos a
possibilidade de enfatizar a mensagem provocando a emoção estética dos
leitores pela atribuição de características humanas a seres inanimados.
- Linguagem
usado nos poemas
Ex.: amor é
fogo que arde sem se ver
É ferida que
dói mas não se sente
É dor que
desatina sem doer.
- Nível
de língua técnico-científico: é nível de linguagem usado com frequência em
locais de trabalhos com empresas, fábricas etc. Neste nível faz-se a
utilização de expressões que só são compreendidas por técnicos
pertencentes ao mesmo programa de investigação e pode ser também chamado
de linguagem codificada.
Ex.: Na
= sódio,
Pt = Posto de
transformação.
R. uv = raios
ultra violeta etc.
As funções
da linguagem
Os
linguistas na constituição da gramática decidiram distinguir seis (6) palpáveis
funções de linguagens ou de comunicação verbal que diferenciam as maneiras
possíveis de se manter em contacto com os outros.
Assim sendo
se pode então definir a função da linguagem a maneira como o emissor
transmite a mensagem ao receptor e vice-versa.
Os elementos
da comunicação atrás estudados estão relacionados às funções de linguagem agora
apresentados e para a melhor compreensão criou Romão Jacobson o esquema
seguinte para melhor explicar:
Código
|
Meta
linguística
Emissor
|
Receptor
|
Mensagem
|
Emotiva
Apelativa Poética
Canal
|
Fática
Contexto
|
Fática
Informativa
- Função
emotiva: é a
função mediante a qual o emissor manifesta uma relação com a mensagem
demonstrando sua emotividade isto é a sua atitude afectiva.
Ex.: o uso
das interjeições (oh!, ah!, ui!, ai de mim!).
- Função
informativa: nesta função o emissor tende simples e objectivamente
a informar o receptor sem poder alterar a mensagem.
Ex.: a
notícia de um jornal.
- Função
apelativa: é a função pela qual o emissor actua sobre o
receptor , dando lhe uma ordem, conselho, fazendo pedido etc.
Ex.: Menino,
sê inteligente!
Amigos, sejamos
dignos da pátria.
- Função
Meta linguística: é a linguagem usada em fábricas, sectores
militares e outros mais locais com o objectivo de codificar com segurança
toda a informação e ser só compreendida por aqueles que usam o mesmo
código de linguagem.
Ex.: T =
tango, S = charle, M.A.L = maik alfa lima etc.
- Função
Fática: é a
função pela qual se pretende manter o contacto, físico ou psicológico
(atenção) entre os locutores é a função apropriada para os discurso ou
sermões, para os textos publicitários etc.
Ex.: está
lá? Alô! Não desligue! Compreende? Está a me ouvir?
- Função
Poética: é a
função que tem com objectivo através da utilização de figuras estilísticas
embelezar a mensagem criando ritmos agradáveis a fim de provocar com
frequência a emoção estética.
Ex.: ah! Que
belos cabelos são os da Ana Maria!
CAPÍTULO III
-MORFOLOGIA
- Palavras
Variáveis
Os
substantivos (suas subclasses substantivos)
Chamam-se substantivos
às palavras que designam (dão nomes) as coisas pessoas ou seres no geral.
Ex.: Ana,
Benguela, Papel, Aluno, Dor, etc.
Os
substantivos sub dividem-se em classes distintas de acordo às características
como :
- Próprios
Abstractos
(Parte 4
de 12)
(Parte 5
de 12)
- Comuns
Concretos
Colectivos,
- Substantivos
próprios: são as palavras que designam um indivíduo de uma
determinada espécie, escrevendo-se com iniciais maiúsculas.
Ex.: Mário,
Kwanza, Paris, Gia etc.
- Substantivos
comuns: são
aqueles que designam todos os seres de uma espécie ou grupo conhecidos
vulgarmente.
Ex.: livro,
casa, carro, roupa, pessoa, filhos etc.
- Substantivos
concretos: São as palavras que designam as coisas, animais,
pessoas e instituições podendo se tocar, ver ou sentir.
Ex.: terra,
árvore, pinheiro, bebé, povo etc.
- Substantivos
abstractos: são as palavras que designam as acções,
qualidades, estados ou noções que não se podem ver ou sentir mas podemos
sentir.
Ex.:
amargura, bondade, caridade, doença, estupidez, sabedoria, fama etc.
- Substantivos
colectivos: são aqueles que mesmo no singular designam um
conjunto de seres de uma mesma espécie. Apesar de que os colectivos mais
vulgares estejam na boca de todos, como bando, cardume, enxame, multidão,
rebanho e mais, apresentamos outros menos usados como exemplos.
Alcateia ( lobos) batalhão
(soldados) cáfila (camelos)
Cambada (malandros)
horda (nómadas, aventureiros) quadrilha (ladroes)
Ramalhete (flores) corja
(vadios) réstia (cebolas,alhos)
Os artigos
São assim
chamados os elementos que determinam o género e número dos nomes podendo ser
dividido em:
- Definidos - (a,o,a,os,as)
pessoa, animal, carros.
Ex.: A
Zefa, As meninas.
- Indefinidos- (um,
uma, uns, umas) peça, coisa,
Ex.: Um
armazém.
Adjectivos e
suas flexões
São chamados
adjectivos, todas as palavras da classe variável que exprimem qualidades ou
características dos seres, objectos ou ideias designadas pelos substantivos.
Ex.: O corpo
esbelto A alma rebelde O aluno estudioso
Flexão dos
adjectivos em:
- Número
Os
adjectivos simples seguem as mesmas regras de formação do plural dos
substantivos.
- Se
terminare em vogal (a,e,i,o,u / ou ao,ão), acrescenta-se um (-s) para a
formação do plural.
- Se
terminar em consoante ( z,l,s), acrescenta-se (-es) para a formação do
plural.
- Género
Rigorosamente
falando, o adjectivo não apresenta a variação em género. Assume no entanto o
género do substantivo a que estiver ligado e a qualificar. Logo, assim como os
substantivos, os adjectivos podem ser uniformes (aqueles que têm uma só
forma para os dois géneros), ou biformes (com uma forma para o masculino
e outra para o feminino).
djectivos
uniformes: homem feliz
mulher feliz
filho crente
filha crente
Adjectivos
biformes: homem
bondoso
mulher
bondosa
casa
vermelha
fato
vermelho
Obs.: os
adjectivos uniformes no superlativo absoluto sintético têm duas formas:
Feliz →
felicíssimo → felicíssima.
Cruel →
crudelíssimo → crudelíssima.
Fácil →
facílimo → facílima
Para a
formação do feminino dos adjectivos aplica-se a eles todas as regras usuais nos
aos substantivos mudando o (o em a) etc.
- Grau
Quanto ao
grau os adjectivos apresentam as qualidades das coisa pessoas ou seres variando
de acordo aos seguintes passos:
grau normal
grau comparativo grau superlativo
( lindo ) (
tão lindo como…) ( muito lindo)
- Grau
comparativo: estabelece uma notável comparação relativa a
qualidade entre dois seres, indicando que um deles possui um grau
superior, igual ou inferior ao outro.
Ex.: O
Mundundo é mais inteligente quea Antónia.
(
comparativo de superioridade)
Ex.: O Mundundo
é menos inteligente que a Antónia
(comparativo
de inferioridade)
Ex.: O
Mundundo é tão inteligente como (quanto) a Antónia
(comparativo
de igualdade)
De acordo
aos exemplos, os adjectivos no grau comparativo variam em comparativo de:
(superioridade, inferioridade e de igualdade).
- Grau
superlativo:O grau superlativo dos adjectivos indicam que:
- Um ser
possui um grau elevado de uma determinada qualidade, sem a possibilidade
de a comparar com qualquer outro ser (superlativo absoluto).
O
superlativo absoluto pode ser analítico ou sintéctico.
Ex.: A Vilma
é muito activa (superlativo absoluto analítico).
Ex.: O Pedro
é activíssimo(superlativo absoluto sintéctico).
- Que um
ser apresenta um grau maior ou menor de uma qualidade em comparação com
outros seres que também possuem esta qualidade (superlativo relativo).
A
superlatividade pode ser por inferioridade ou por superioridade.
Ex.: a Ana é
forte, o Pedro é forte e o Zeca é mais forte entre os três.
QUADRO
SIMPLIFICADO DE ALGUNS ADJECTIVOS
Grau Superlativo Relativo
|
Grau Superlativo Absoluto
|
||
Inferioridade
|
Superioridade
|
Analítico
|
Sintético
|
O João éo menos forte daturma.
|
O João éo mais forte da turma.
|
O João émuito forte.
|
O João é fortíssimo
|
Obs.:
Existem alguns adjectivos que não seguem as normas gerais anteriores e
apresentam formas próprias no comparativo e no superlativo.
Adjectivo
|
Comparativo
de
Superioridade
|
Superlativo
|
|
Absoluto
|
Relativo
|
||
Bom
|
Melhor
|
Óptimo
|
O melhor
|
Mau
|
Pior
|
Péssimo
|
O pior
|
Pequeno
|
Menor
|
Mínimo
|
O menor
|
Grande
|
Maior
|
Máximo
|
O maior
|
(Parte 5
de 12)
(Parte 6
de 12)
Nota: Estes
adjectivos apresentam, no entanto, também, algumas formas regulares.
Ex.:
boníssimo, malíssimo, grandíssimo, pequeníssimo; muito bom, muito mau, muito
pequeno, muito grande.
Os numerais
São palavras
que indicam a quantidade determinada e exacta, das coisas pessoas, coisas,
acções e estados ou a sua ordem a série Ex.: Já tive 7 mulheres.
- Cardinais:exprimem
n° das pessoas, coisas, animais. Ex: O ano tem 12 meses.
- Ordinais:exprimem
ordem ou disposição em que as pessoas, coisas, etc., estão em relação às
outras, Ex: Vivo no 5° andar, no 2º mora o meu primo.
- Multiplicativos:indicam
que um número ou um objecto é um certo n° de vezes maior que outro. Há um
aumento proporcional da quantidade, a sua multiplicação. Ex.: duplo,
triplo.
- Fraccionários:diminuição
proporcional da quantidade, a sua divisão. Recebeu dois terços do salário.
- Colectivos:indicam
um conjunto numericamente definidos.
Ex.: dúzia
de lanja; dezena de livros.
Os pronomes
A palavra
pronome é formada a partir da união das palavras (pro + nome), que
significa em vez do nome.
São chamados
pronomes todas as palavras variáveis e invariáveis usadas em vez dos nomes
evitando assim a sua repetição e o uso excessivo de espaços pelas mesmas
palavras. Exemplo:
TEXTO COM NOMES REPETIDOS
|
TEXTO SEM NOMES REPETIDOS
|
O Mateus convidou o Paulo para uma festa e pediu ao Paulo
que levasse a irmã. Paulo respondeu ao Mateus que a irmã
não se encontrava em Luanda e disse ao Mateus que estava com um
amigo e perguntou ao Mateus se podia levar consigo esse amigo.
|
O Mateus convidou o Paulo para uma festa e pediu-lhe
que levasse a irmã. Este respondeu-lhe que ela não se
encontrava em Luanda e disse-lhe que estava com um amigo e perguntou-lhe
se podia levá--lo consigo.
|
Os pronomes
pessoais representam as pessoas na comunicação e variam em pessoa, número e
género.
Dá-se o nome
de pronominalização ao processo de substituição dos nomes por pronomes dentro
de uma oração, período, frase ou texto.
Regras
gerais da pronominalização
1º) Se o verbo
terminar em ( r, s, ou z ) ao pronominalizarmos, os pronomes pessoais ( o,
a, os, as ) transformam-se em ( lo, la, los, las) fazendo-se a
supressão das consoantes terminais.
Ex.: É pra
mim um prazer ver o senhor Zeca.
É pra mim um
prazer vê-lo.
O mesmo
acontece quando se usa o advérbio de designação (-eis).
2º) Se o verbo
terminar em ditongo nasal ao pronominalizarmos, os pronomes pessoais ( o, a,
os, as ) transformam-se em ( no, na, nos, nas) não se fazendo
qualquer supressão.
Ex.: Acharam
Zeca Santos ao amanhecer.
Acharam-no
ao amanhecer
Os pronomes
podem ser: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos,
reflexos e recíprocos, e interrogativos.
QUADRO GERAL
DOS PRONOMES PESSOAIS
Complemento indirecto
|
Número
|
Pessoa
|
Sujeito
|
Comp.directo
|
Sem preposição
|
Precedido
de preposição
|
Complemento circunstancial
|
Singular
|
1ª
2ª
3ª
|
eu
tu
ele,ela
|
me
te
se, o, a
|
me
te
lhe
|
mim
ti
si, ela, ele
|
mim, - migo
ti, - tigo
si, - sigo,
ele, ela
|
Plural
|
1ª
2ª
3ª
|
nós
vós
eles,elas
|
Nos
vos
se, os, as
|
nos
vos
lhes
|
nós
vós
si,elas,eles
|
nós, -nosco
vós, -vosco
si, -sigo,
eles, elas
|
Pronomes
reflexos
Os pronomes
reflexos são aqueles que indicam que a acção que é praticada pelo sujeito da
oração recai sobre ele mesmo.
Ex.: ele
vestiu-se primorosamente.
Ele só fala
de si.
Matei-me
com trabalhos.
Fazem parte
do grupo dos pronomes reflexos e recíprocos os pronomes ( me, te, se, nos,
vos, si )
Os pronomes
recíprocos desempenham as mesmas funções que os reflexos mas em reflexos
apresenta-se dois praticantes e a acção recai reciprocamente a eles.
Ex.: A Rita
viu a Zita. → A Zita viu a Rita → elas viram-se.
Meu pai
divertiu-se → diverte-me → nós divertimo-nos.
Segundo o
exemplo, vezes há em que duas orações com pronomes reflexos unidas podem dar
origem a uma só oração recíproca.
Pronomes
possessivos
Chamam-se
pronomes possessivos, aqueles que estabelecem uma relação de posse entre o
possuidor e o objecto possuído.
Ex.: o teu
pai e o meu são amigos.
Quebrei o
vidro do meu carro.
QUADRO GERAL
DOS PRONOMES POSSESSIVOS
SINGULAR
|
PLURAL
|
PESSOA
|
MASCULINO
|
FEMININO
|
MASCULINO
|
FEMININO
|
|
Um só possuidor
|
1ª
2ª
3ª
|
meu
teu
seu
|
minha
tua
sua
|
meus
teus
seus
|
minhas
tuas
suas
|
Vários possuidores
|
1ª
2ª
3ª
|
nosso
vosso
seus
|
nossa
vossa
sua
|
nossos
vossos
seus
|
nossas
vossas
suas
|
Pronomes
demonstrativos
Os pronomes
demonstrativos designam pessoas, coisas, acções ou até mesmo estado de coisas,
situando-os no espaço, ou no tempo, sempre em relação com a situação do emissor
ou receptor:
Ex.: Eis
três edifícios: este é o tribunal, esse é o liceu, e aquele
o teatro.
Obs.: Este
indica o edifício mais próximo do emissor, esse, o mais próximo do
receptor e aquele o afastado dos dois.
QUADRO GERAL
DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS
VARIÁVEIS
|
SINGULAR
|
PLURAL
|
|||
MASCULINO
|
FEMININO
|
MASCULINO
|
FEMININO
|
INVARIÁVEIS
|
este
esse
aquele
o outro
o mesmo
o
|
esta
essa
aquela
a outra
a mesma
a
|
estes
esses
aqueles
os outros
os mesmos
os
|
estas
essas
aquelas
as outras
as mesmas
as
|
isto
isso
aquilo
|
tal
|
tais
|
Pronomes
relativos
Os pronomes relativos
estabelecem a relação entre aquilo a que se referem e o que vem a seguir.
Ex.: é este
o homem que assaltou a igreja.
QUADRO GERAL
DOS PRONOMES RELATIVOS
VARIÁVEIS
|
SINGULAR
|
PLURAL
|
|||
MASCULINO
|
FEMININO
|
MASCULINO
|
FEMININO
|
INVARIÁVEIS
|
o qual
cujo
quanto
|
a qual
cuja
quanta
|
os quais
cujos
quantos
|
as quais
cujas
quantas
|
que
quem
onde
|
Pronomes
indefinidos
Os pronomes
indefinidos denotam a 3ª pessoa, mas de um modo indeterminado,
indefinido: algum = ele indefinido.
Ex.:
precisas de alguma coisa?
QUADRO GERAL
DOS PRONOMES INDEFINIDOS
VARIÁVEIS
|
SINGULAR
|
PLURAL
|
|||
MASCULINO
|
FEMININO
|
MASCULINO
|
FEMININO
|
INVARIÁVEIS
|
algum
nenhum
certo
quanto
todo
vários
um
|
alguma
nenhuma
certa
quanta
toda
várias
uma
|
alguns
nenhuns
certos
quantos
todos
vários
uns
|
algumas
nenhumas
certas
quantas
todas
várias
umas
|
Algo
Cada
Outrem
tudo
|
Estudo dos
verbos
O verbo na
frase
O verbo é a
palavra que anuncia um processo, existência, um estado, enquadrados num
determinado tempo.
Ex.: Os
alunos lêem. (acção).
O André é
alto. (qualidade).
(Parte 6
de 12)
Haverá aulas
amanhã (existência).
Ontem esteve
muito calor (estado).
Na estrutura
sintática da oração o verbo assume a função obrigatória de predicado e é
o elemento fundamental do sintagma verbal. A simples forma verbal pode, por si
só, constituir uma frase completa ou funcionar como mensagem autónoma.
Ex.: correm/
dançam / amanhece.
Estrutura do
verbo
O verbo é
constituído pelo radical, elemento invariável nos verbos regulares, e
pela desinência terminação variável em número, pessoa, modo, tempo,
aspecto e voz. No caso dos verbos irregulares, essa irregularidade pode
manifestar-se no radical como no verbo medir: meço, medes, mede... ou na
flexão do verbo dar: dou, dás, dá...
No verbo há
um elemento fundamental, o tema que serve de base à flexão e se
determina suprimindo a consoante ( r ) ao infinitivo do verbo. A vogal
final do verbo chama-se vogal temática.
Além do tema,
são elementos de flexão verbal a característica (sufixo que indica o tempo e
modo) e a desinência (indicação de pessoa e de número).
Ex.: LAVAR
tema
Lavará
LAV radical
A vogal
temática (característica da Iº conjugação)
R
característica de tempo e modo (futuro do indicativo)
Á desinência
de pessoa e número (3º pessoa do singular)
Conjugação
verbal
Consiste na
flexão sistematizada do verbo em todos os seus modos, tempos, números e vozes.
De acordo
com a vogal temática, distinguem-se 3 conjugações regulares nos verbos em
Português:
1ª
Conjugação / verbos
terminados em (AR) estudar, andar, estar.
2ª Conjugação /verbos
terminados em (ER) escrever, ser, ver, pôr e suas formas.
3ª
Conjugação / verbos
terminados em (IR) partir, servir, sentir.
Nota:O verbo pôre
seus compostos (compor, repor) são geralmente considerados 'como pertencendo à
2ª conjugação, visto que, na etimologia latina verbo (pôr) apresentava a vogal
temática e (ponere / poer / pôr).
Classificação
do verbo
- Quanto
à flexão, os verbos classificam-se em:
Regulares - quando a radical se mantém inalterável ao longo da
conjugação (lavar. Meter, partir). lavo, lavas / meto metes / parto,
partes.
Irregulares -- quando o radical sofre modificações ao longo da
conjugação (medir, trazer) meço, medes / trago / trazes.
- Abundantes –
quando têm duas ou mais formas equivalentes, como no caso dos particípios
duplo;
- Defectivos –
quando se afastam da conjugação normal, não apresentando determinadas
formas ou flexões, Os verbos defetivos podem ser:
- Pessoais
- quando
se conjugam em todas as pessoas gramaticais (falir, reaver, soer,
precaver, colorir, adequar, fremir);
- Impessoais -
quando exprimem uma acção que não pode ser atribuída a um sujeito,
conjugando-se apenas na 3ª pessoa do singular. é o caso dos verbos que
traduzem fenómenos da natureza como por exemplo: anoitecer. nevar,
trovejar.
Obs.: o verbo
haver, no sentido de existir (Há muitos homens na escola) é também
impessoal.
- Uni
pessoais -
quando só se empregam nas terceiras pessoas (singular e plural) com
um sujeito expresso; é o caso dos verbos que exprimem vozes de animais (miar,
ladrar, uivar).
Nota: no
sentido figurado, os verbos defectivos impessoais como os unipessoais podem ser
conjugados em todas as pessoas.
- sintacticamente,
os verbos subdividem-se em:
- Transitivos - os
que regem um complemento que lhes completa o sentido (comer, beber). Podem
ser:
- Directos ---- quando
os verbos são seguidos de um complemento directo. (Ela comprou um computador).
Complemento directo
- Indirectos -- quando
são seguidos de um complemento indirecto. (O Professor fala ao aluno).
Complemento indirecto
- Directos
e indirectos - quando pedem um complemento directo e indirecto.
(A mãe deu a bola ao filho).
- Intransitivo
- os
verbos que não são acompanhados de complementos para lhes completar o
sentido.
Ex.: Eles
riem; nasceu; o sol brilha.
- Copulativos
ou de ligação - são aqueles que precisam do predicativo do
sujeito para lhes o sentido.
Nome predicativo do sujeito
Ex: Elas
estão alegres.
Ele é um
astro.
- Quanto
a sua função, um verbo pode ser:
- Principal -
quando funciona autonomamente como predicado da frase transmitindo o
sentido da frase.
Verbo principal
Ex. A
criança brinca no jardim.
- Auxiliar -
aquele que, tendo ou não perdido o seu significado próprio, associa-se a
um verbo principal para formar locuções verbais.
Verbo auxiliar
Ex.: Eles têm
viajado muito
Eles são
consideradas famosas.
Os verbos
auxiliares são utilizados na formação dos temposcompostos, da voz passiva e da
conjugação perifrástica. Os auxiliares mais comuns são os verbos como: ter, haver,
ser e estar.
Flexão do
verbo
Como vimos,
o verbo vária em número, pessoa, modo, tempo, aspecto e voz.
- Número
(singular e plural)
- Pessoa (1ª,
2ª e 3ª do singular / eu. tu, e1e e do plural / nós, vós.
eles/elas).
A 2ª pessoa
do singular (tu) é usada também quando se quando se quer indicar o uso
do tratamento informal ea forma você, com o verbo na 3ª pessoa em casos de
tratamento formal.
Modos
verbais
Em função da
atitude do emissor relativamente ao processo, à qualidade ou ao estado
enunciados pelo verbo podem distinguir-se os seguintes modos verbais:
- Indicativo -
traduz a acção como uma realidade, uma certeza.
Ex.: já é
tarde.
Estive a ler o
jornal.
- Conjuntivo -
apresenta a acção ou estado como uma possibilidade, uma eventualidade, uma
expectativa ou dúvida.
Ex.: É
provável que o tempo melhore.
Se
estudasses mais,
terias boas notas.
- Condicional-
exprime a acção como dependente de uma condição.
Ex.: Ela iria,
se tivesse tempo.
Gostaria de falar
contigo quando puderes.
Nota: alguns
autores consideram o condicional como um tempo do modo indicativo, designado
por futuro do pretérito, por remeter para uma acção futura relativa ao passado,
enunciando uma possibilidade ou uma dúvida.
Ex: Disseste
que virias e não vieste.
(Parte 7
de 12)
Conseguiria,
se tentasses.
- Imperativo
- apresenta
a acção como uma ordem, um conselho ou um pedido.
Ex.: Anda cá
imediatamente!
Porta-te
bem.
Por favor,
ouçam com atenção.
Nas frases negativas
do modo imperativo, utilizam-se normalmente as formas do conjuntivo por
possuírem aparências na intenção de comunicação.
Ex.: Não te
preocupes com isso.
Não façam
asneiras!
- Infinitivo -
exprime o processo verbal em abstracto ou um facto continuo.
Ex.: O sermos
muito toma a viagem mais divertida!
Ao leres a
carta. / Ir ao cinema.
Obs.: O modo
infinitivo apresenta duas formas: uma flexionada, como qualquer forma do verbo
(infinitivo pessoal), e uma não flexionada que não se refere a nenhuma pessoa porque
não tem sujeito próprio (infinitivo impessoal).
Tempo
verbais
A relação
entre o momento da realização da acção e o momento da sua enumeração é
traduzida pelo tempo verbal que enquadra a acção num dos três tempos naturais: Preste,Pretérito
e futuro.
- O
presente -
situa o facto enunciado no momento da acção. É utilizado para indicar uma
acção ou facto habitual, um estado.
Ex.: Viajo
de carro todos os dias.
A terra é
esférica!
Nota: existe
presente com valor de pretérito (presente histórico ou narrativo) ou com valor
de futuro.
Ex.: Em
1500, Pedro Álvaro Cabral descobre o Brasil.
Amanhã é feriado.
- O
pretérito - situa o processo verbal após o momento da
enunciação e subdivide-se em:
- perfeito -
quando refere uma acção passada recentemente.
Ex.: nós
fomos estudantes do IMPG.
Já tive
boas condições.
- Imperfeito -
quando se refere a uma passada mais antiga que as outras.
Ex.: os
governantes eram falsos na altura.
- Mais
que perfeito – quando se refere a uma acção passada e muito
antiga em relação a outra acção passada.
Ex.: Luanda fora
fundada por Paulo Dias de Novais.
- O
futuro - situa a acçao a se realizar depois do momento da
enunciação.
Ex.: Irei ao
banco na terça-feira.
Farei esse
exercício amanhã!
Nas férias, viajaremos
pelo mundo a fora.
Tempos
compostos.
Os tempos
compostos formam-se com os auxiliares ter e haver e o particípio do verbo que
se quer conjugar (nos casos dos verbos com duplo particípio, emprega, em regra,
a forma regular com os auxiliares ter e haver para formar os tempos compostos
da voz activa - ter salvado. haver salvado).
No modo
indicativo temos:
- Pretérito
perfeito composto: formado pelo presente do indicativo do verbo
ter e o particípio do verbo principal para exprimir uma acção continua.
Ex.: Tenho
comprado muitos livros.
- Pretérito
mais-que-perfeito composto: formado pelo verbo ter no pretérito imperfeito
do indicativo e o particípio do verbo principal para enumerar uma acção
concluída.
Ex.: Tinha
passeado no bosque.
- Futuro
composto: formado com o futuro do verbo ter e o particípio
do verbo principal para traduzir uma suposição sobre factos passados, ou
para exprimir uma suposição no futuro.
Ex.: Como
ela não veio penso que terá adoecido.
No modo
conjuntivo encontramos:
- Pretérito
perfeito composto: formado pelo presente do conjuntivo do verbo
ter e o particípio do verbo principal para traduzir uma expectativa ou
numa suposição.
Ex.: Imagino
que tenhas comprado muitos livros.
- Pretérito
mais que perfeito composto: formado com o pretérito imperfeito do
conjuntivo do verbo ter e o particípio do verbo principal para enunciar
uma possibilidade no passado.
Ex.: Se
tivesses lido o livro, terias gostado.
- Condicional
composto do conjuntivo: formado com o condicional do verbo ter e o
particípio do verbo principal para exprimir uma eventualidade.
Ex.: Eu
teria ido se não tivesse estado a chover.
O aspecto
O aspecto
apresenta acção expressa pelo verbo no início, desenvolvimento ou conclusão.
Esta perspectivação da acção verbal em termos da sua individualidade
intimamente o aspecto à categoria de tempo. Podemos distinguir dois aspectos:
- Perfectivo: acção
concluída (Já vi esse filme). Pode ser pontual ou momentâneo
(acção breve) e conclusivo ou cessativo(processo na fase
final).
- lmperfectivo: acção
inacabada. (Ela estudava até tarde). Pode ser durativo(acção
se prolonga no tempo), incoativo(acção na fase inicial) e
iterativo ou frequentativo(acção que se repete).
Voz
Pode ser activa:
quando sujeito pratica a acção.
Ex.: O filho
abraçou o pai.
O filho Viu
a mãe)
Passiva – quando a
acção é sofrida ou recebida pelo sujeito.
Ex. O pai
foi abraçado pelo filho.
A mãe foi
vista pelo filho).
Conjugação
perifastica
Para
traduzir de forma expressiva o processo verba1, utiliza-se também locuções
verbais, formadas com os auxiliares ter, haver, estar. Ficar, costumar,
Vir e connnuar,seguidos (ou não ) de uma preposição, ou da conjunção quee
de uma das formas nominais do verbo principal (gerúndio, particípio ou
infinitivo impessoal).
Essas
locuções são formas de um tipo específico de conjugação, a conjugação perifrástica,
utilizada para exprimir diferentes valores semânticos.
- Com
auxiliar (Ter)
e o infinitivo do verbo principal (i. v. p.), antecedido da preposição de
ou da conjunção que, exprime-se uma obrigação ou uma
necessidade:
Ex.: tenho
de estudar imediatamente.
Tenho que
esperar pelo resultado do exame.
Haver + i. v. p, antecedido da preposição de
firme propósito.
Ex.: Havemos
de resolver a questão.
Hei-de
conseguir fazer o trabalho.
Estar + i. v. p., antecedido da preposição. a,
ou com o auxiliar estar seguido do gerúndio duração ou um acção prolongada
Andar + i. v. p., antecedido da preposição a
, ou com o andar seguido do gerúndio duração ou uma acção prolongada.
(Parte 8
de 12)
Parte 9
de 12)
Ex.: Estou a
pensar nesse assunto. / Estou pensando nisso.
Andava a
escrever um livro. / Ela anda preparando um romance.
Estar + i. v. p., antecedido da preposição. Para
intenção ou eminência de um acontecimento.
Ex.: Há
meses que estou para te telefonar. / O comboio está para chegar.
Estar + i. v. p., antecedido da preposição. Por
acção que devia ter sido realizada, mas não o foi ainda.
Ex.: O livro
está por escrever. / A casa estava por construir.
Ficar + i. v. p, antecedido da preposiçao por
acção que não foi realizada.
Ex.: A cama
ficou por fazer. ! Os copos ficaram por lavar.
Ir + i.. v. p, propósito ou uma ideia futura.
Ex.: Vou
falar com ela imediatamente. / Ele vai viajar na semana que vem.
Ir +gerúndio do verbo principal acção
progressiva ou facto eminente.
Ex.: Os dias
iam ficando cada vez maiores!
Ia
tropeçando, mas não cheguei a tropeçar.
Vir + i.v. p. intenção ou movimento em direcção a
um fim.
Ex.: Venho
falar contigo. ! Ele vem estudar para Portugal.
Ir +genindio do verbo principal acção que
se desenvolve gradualmente.
Ex.: O tempo
vai ficando mais quente! / Os dias vão passando.
Vir + i. v. p., antecedido da preposição a
traduz o resultado de uma acção.
Ex.: Só mais
tarde viemos saber a verdade.
Vieram a
encontrar os familiares por acaso.
Conjugação
pronominal
Existe um
tipo especial de conjugação em que as formas verbais da voz activa se associam
aos pronomes oblíquos (pronomes que funcionam como complemento directo ou
indirecto da oração).
Distinguem-se
três tipos:
- Conjugaçao
pronominal - o verbo é conjugado com os pronomes pessoais
(o, a, os, as) para exprimir uma acção que se reflecte numa entidade
exterior ao sujeito.
Ex.: O Pedra
escreve a carta. O Pedra escreve-a.
- Conjugaçao
pronominal reflexa - o verbo é conjugado com os pronomes reflexos
(me, te, se, nos vos, se) exprimindo uma acção que recai sobre o sujeito
que a pratica.
Ex.:
Penteia-te e vem!
- Conjugação
pronominal reciproca – o verbo é conjugado com os pronomes pessoais do
plural (se, nos, vos) apresentando uma acção que recai mutuamente sobre os
seus agentes (um sujeito plural ou composto).
Ex.: Eles
abraçaram-se.
Nota: para mais
detalhes ver os pronomes e regras da pronominalização.
- Palavras
Invariáveis
Advérbios
Advérbios e
locuções adverbiais
Advérbios: são todas as palavras invariáveis que se juntam aos verbos, aos adjectivos
e a outros adverbios para lhes modificar a significação, isto é, para
lhes determinar ou intensificar o significado. São chamados advérbios pelo
facto de estarem normalmente junto dos verbos (ad + vérbu).
Ex.: A
Joana faz [facilmente] essa prova = ( verbo + advérbio).
Ex.: está
tudo muito [bem] = ( advérbio + advérbio).
Ex.: Helena
saio da sala surpreendentemente [bela] = ( advérbio + adjectivo).
Os advérbios
indicam normalmente as circunstâncias de lugar, tempo, quantidade, modo,
afirmação, negação, dúvida, inclusão e designação por isso podem ser
substituídos por expressões preposicionais.
Ex.: O
soldado caminhou [decididamente] para a luta. → advérbio
O soldado
caminhou [com decisão] para a luta . → Expressão preposicional
QUADRO GERAL
DOS ADVÉRBIOS
|
|
Obs.:
O advérbio onde pode combinar-se com a preposição a (aonde)
e com a preposição de (donde) e o uso de cada uma das
formas pode ser descrita assim:
Onde: indica o
lugar em que se situa a acção verbal: onde você mora?
Aonde: indica o
lugar para o qual se dirige a acção verbal: aonde você quer chegar?
Donde: indica o
lugar do qual parte a acção verbal: donde você veio?
Locução adverbial
São
geralmente formadas por uma preposição ligada a um substantivo ou a um
advérbio.
Ex.: a
custos, à distância, à pressas, à vontade, às escondidas, às escuras, às vezes,
ao acaso, de cima, a tempos, na verdade, por vezes, em breve, de longe, a baixo,
a sós, ao contrário, de manhã, de vez em quando etc.
NOTA.: A maior
parte destas locuções são de modo, sendo as outras de lugar ou de tempo e
muitas delas correspondem a um simples advérbio.
Ex.: na
verdade = verdadeiramente.
Preposições
Palavras invariáveis
que relação entre duas partes ou palavras de uma oração ou frase sendo estas
dependentes uma da outra.
Ex.: Venho de
Roma → (ligando o verbo vir ao substantivo Roma). Ex.: Ofereceram-me um
relogio de ouro → ( ligando um substantivo a outro substantivo).
São
conhecidas como sendo preposição simples as seguintes:
|
|
Há palavras
que pertencem a outras classes, mas que funcionam, por vezes, como preposição
assim como: afora, conforme, consoante, durante, excepto, fora, mediante,
menos não obstante, salvo, segundo, se não tirante etc.
Ex.: Dou-te
tudo afora (excepto) armas.
Ex.: Venceu mediante
(com) a ajuda do público.
Locuções Prepositivas
À junção de
uma palavra com outra função morfológica a uma preposição não deixando de
desempenhar a mesma função morfológica o segundo elemento da união dá origem ao
que chamamos de «Locução prepositiva»
(Parte 9
de 12)
Eis algumas
das principais locuções prepositivas mais usadas na língua portuguesa:
Abaixo de
apesar de em baixo de para cima de
Acerca de a
respeito de em cima de para com
A cima de
atrás de em frente de perto de
Através de
em frente de perto de adiante de
De acordo
com por causa de depois de em vez de
Junto a
junto de a par de dentro de
A contracção prepositiva
Contracção: é a
combinação de uma preposição com um artigo, pronome, ou advérbio dando se a
perda ou a transformação de fonemas no seu interior formando nova palavra com a
mesma função de preposição só com nome diferente.
As
preposições a, de, em ao unirem-se a outras palavras formam um só
vocábulo que perde algum fonema por isso chama-se o novo vocábulo de
contracção.
Observe o
quadro das contracções das preposições com outras palavras.
a
|
de
|
em
|
a + a = à
a + as = às
a + aquele = àquele
a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela
a + aquela = àquelas
a + aquilo = àquilo
|
de + a = da
de + as = das
de + o = do
de + os = dos
de + ele = dele
de + eles = deles
de + ela = dela
de + elas = delas
de + este = deste
de + estes = destes
de + esta = desta
de + estas = destas
de + isto = disto
de + esse = desse
de + esses = desses
de + essa = dessa
de + essas = dessas
de + isso = disso de + aquele = daquele
de + aqueles = daqueles
de + aquela = daquela
de + aquelas = daquelas
de + aquilo = daquilo
de + aqui = daqui
de + ali = dali
|
em + a = na
em + as = nas
em + o = no
em + os = nos
em + ele = nele
em + eles = neles
em + ela = nela
em + elas = nelas
em + este = neste
em + estes = nestes
em + esta = nesta
em + estas = nestas
em + esse = nesse
em + esse = nesses
em + esses = nesses
em + essa = nessa
em + essas = nessas
em + isso = nisso
em + aquele = naquele
em + aqueles = naqueles
em + aquela = naquela
em + aquelas = naquelas
em + aquilo = naquilo
em + um = num
em + uns = nuns
em + uma = numa
em + uma = numa
em + umas = numas
|
Interjeições
São sons com
os quais espontaneamente exprimimos impressões, sentimentos, emoções,
sensações etc.
Ah! -
admiração, dor, alegria
Ai! Ui! - dor,
surpresa
Bom! Bravo!
Bis - aplauso
Oh! Oxalá! - desejo
Oh! - espanto,
alegria, dor
Ó! Olá! Pst!
Psiu! Alô! Ch! - chamamento
Psch! Pxiu!
Caluda! - silêncio
Apre! Irra!
Oh! -
indignação, aborrecimento
Ob!. Hei.- medo.
Locuções
interjectivas: Ai meu
Deus!; Pobre de mim; Ai de mim; Deus queira.
As
conjunções
São
classificadas como sendo conjunções, todas as palavras invariáveis que ligam
duas ou mais orações diferentes de um mesmo período ou dois termos semelhantes
de uma oração.
Ex.: A água
é bebida ≠ O vinho é bebida.
A água e
o vinho são bebidos.
Ex.: Os
homens gostam de vinho, mas outros adoram água.
Ex.: Ninguém
dispensa a água porque ela é indispensável à vida.
No primeiro
caso dois diferentes termos são ligados a uma só oração através da conjunção (-e)
nos dois a seguir duas orações são ligadas por meio de uma conjunção formando
assim um único período composto por orações complexas.
As
conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas sendo uma ou outra
palavra invariável que se diferencia por meio de algumas particularidades das
quais faremos referência nesta unidade temática.
Conjunções
coordenativas
São assim
chamadas todas as palavras invariáveis que permitem a ligação de duas ou mais
orações diferentes a um único período não havendo dependências entre as orações
enquanto separadas.
Às orações
que por meio das conjunções coordenativas forem ligadas terão por leis
gramaticais o nome de orações coordenadas isto quer dizer que tanto a primeira
como a segunda, pela independência serão coordenadas, mas a segunda por ser a
detentora da partícula de ligação logo após a divisão será chamada oração
coordenada mais o nome da conjunção que a liga à primeira.
As
conjunções coordenativas podem ser: copulativas, adversativas, disjuntivas,
conclusivas e explicativas.
Ex.: A Mena
lava a roupa /e a Ana limpa o chão.
1º oração → oração
coordenada.
2º oração →
oração coordenada copulativa por estar ligada à segunda por meio de uma
conjunção coordenativa copulativa.
QUADRO DAS
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
CLASSIFICAÇÃO
|
CONJUNÇÕES
|
LOCUÇÕES
|
COPULATIVAS
(Indica adição)
|
e, nem, também
|
não só…mas também… não…como também…
tanto…como…
|
ADVERSATIVAS
(Indica oposição)
|
Mas, porém, toda via, entretanto, contudo.
|
não obstante, apesar disso, ainda assim, ao passo
que.
|
DISJUNTIVAS
( Indica alternativa)
|
ou
|
ou …ou…
ora …ora…
Já …já…
quer …quer…
seja …seja…
seja …ou…
nem …nem…
|
CONCLUSIVAS
( indica conclusão)
|
Logo, pois, portanto
|
Por conseguinte, por consequência, pelo que
|
Conjunções
subordinativas
Chamam-se
conjunções subordinativas as que permitem a ligação de duas ou mais orações
havendo dependência entre elas ou seja uma das orações depende da outra para
lhe completar o sentido.
Ex.: Sabemos
/que cada homem deve cumprir a sua missão.
Disseram-nos/
que não faríamos provas.
1º oração →
oração subordinante.
2º oração → oração
subordinada integrante por estar ligada à segunda por meio de uma conjunção
subordinativa integrante.
Nos exemplos
apresentados, as segundas orações dependem das primeiras para lhes completar o
sentido e por estarem a transportar com elas as conjunções subordinativas,
chamar-se -hão orações subordinadas e as primeiras são as orações subordinantes
ou principais
QUADRO DAS
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
CLASSIFICAÇÃO
|
CONJUNÇÕES
|
LOCUÇÕES
|
Condicionais
|
Se, caso
|
a não ser que, desde que, no caso que, a menos que,
uma vez que, excepto se, sem que, desde que
|
Temporais
|
Quando, enquanto, mal, apenas,
|
antes que, depois que, logo que, assim que, desde
que, ao passo que, tanto que
|
Integrantes
|
que, se
|
|
Causais
|
Porque, pois, como = (porque), porquanto, que =
(porque)
|
Visto que, já que, pois que, por isso que, por isso
menos que
|
Comparativas
|
Como, conforme, segundo, qual, que
|
Assim como…assim, assim como…assim também, bem como,
menos do que
|
Finais
|
Que = (para que)
|
Para que, a fim de que, por que
|
- Algumas
questões de funcionamento da língua
- Uso do Mas
e Mais.
- Mas - é
uma conjunção adversativa, equivalente a porém, contudo, todavia.
Ex: Bernardo
correu muito durante toda competição, mas não conseguiu ganhar.
- Mais - é um
advérbio de quantidade opondo-se geralmente a menos.
Ex: Joaquim
é mais estudioso que a Mariana;
Vou
acrescentar mais dois pratos na mesa. (aqui, mais é oposto de menos).
- Uso de se
nãoesenão.
- Se não – é a
união da conjunção subordinativa + advérbio de negação.
Ex: Se
estudar o seu futuro não será garantido.
Ex.: Se
não estudares o seu futuro não será garantido.
- Senão - é
advérbio de exclusão e é correlativo de não.
Ex: Maria
não veio senão para me ver.
- Uso de por
que, porque (é que) e porquê.
Usa-se Por
que:
- Quando
imediatamente antes de um nome escreve-se "por que", e equivalendo
a "pelo/a (s) qual (is)
Ex: Já sabes
o motivo por que a Jéssica não veio à escola?
- Quando
na frase se puder subentender as palavras "motivo / razão".
Ex.: Não sei
por que (motivo) não me disseste nada.
- Usa-se
Porque:
- Como
conjunção explicativa equivalendo a pois / já que / uma vez / que,
como.
Ex: Não
podemos sair porque está a chover.
- Nas
interrogativas (directas ou indirectas) podendo ser seguido por "é
que"
Ex: Porque
(é que) ainda não te levantaste?
- Usa-se
Porquê:
- O porquê
representa um substantivo significando causa, razão, motivo e
normalmente, surge acompanhada de palavra determinante (um. artigo, por
exemplo).
Como é um
substantivo, pode ser pluralizado:
Ex.: Temos
de saber o porquê de toda essa confusão.
Creio que os
verdadeiros porquês não foram esclarecidos.
- Usa-se
também em final de frase, como interrogativo:
Ex.:
Disseste que me telefonarias, mas não o fizeste. Porquê?
- Uso de a(as),
à(às), há(hás) e ah.
- a(as) - artigo
definido feminino no singular, ou plural.
Ex: O Paulo
e a Tatiana são bons alunos.
- a(s) -
preposição simples (Ver preposições). liga a pessoa ou coisa em que recai
indirectamente a acção de um verbo (complemento indirecto): Ofereci um
quadro ao Pedra.
- Usa-se
com alguns verbos transitivos, como complemento directo, em expressões
fixas, corno "Devemos amar a Deus", e pode marcar
movimento e localização no espaço e no tempo.
Ex: Vou a
Vitória.
- à (s) - Ver
O estudo da acentuação – (Crase).
- ah - é
uma interjeição que exprime sentimentos (admiração, dor, alegria) ...
- Uso de onde
e aonde.
- Onde -
indica o lugar em que se está ou se passa algum facto. Normalmente,
refere-se a verbos que exprimem estado ou permanência:
Ex: Onde
você vai?
Onde você vai
ficar nas próximas férias?
Não sei onde
começar a procurar.
- Aonde -
exprime a ideia de movimento. Costuma referir-se a verbos de movimento.
Ex.: Aonde
você vai?
Aonde querem
chegar com essas atitudes?
Aonde devo
dirigir-me para obter esclarecimentos?
Não sei
aonde ir.
- Uso de mau
/ mal:
- Mal pode
ser advérbio ou substántivo:
- Como
advérbio, significa "irregularmente", “erradamente”, de forma
'inconveniente ou desagradável opõe-se a bem.
Ex.: Este
rapaz conduz mal.
- Como
substantivo, mal pode significar "doença", molestia,
em alguns casos significa "aquilo que é prejudicial ou nocivo"
Ex: A cólera
é um mal que afecta a população.
Não há mal
que nunca acabe"
Obs.: a palavra
"mal" pode, igualmente, ser uma conjunção temporal.
Ex;. Mal
chegou, foi deitar-se.
- Mau - é
adjectivo. Significa “ruim, de má índole, de má qualidade”. Opõe-se
a bom e apresenta a forma feminina má.
Ex: Este
restaurante não é mau.
A irmã tem
um mau comportamento.
- Uso de sob.
e sobre:
- Sob -
marca uma delimitação de inferioridade espacial e temporal em relação a um
espaço, uma época ou em relação a uma determinada entidade:
- Localização
num espaço real: Ex.: beijei-a sob as águas das
"cachoeiras".
- Localização
num espaço figurado: Ex.: este prémio foi dado sob a égide do
Presidente da República.
- Localização
no tempo: Ex.: sob a dinastia dos Filipes, Portugal perdeu colónias
importantes.
- Sobre - marca
uma posição de superioridade em relação a um determinado espaço, marcando
um valor de proximidade entre o termo antecedente e o termo consequente:
- Localização
num espaço real: Ex.: pôs os pratos sobre a mesa.
- Localização
num espaço figurado: Ex.: é preciso falar sobre os últimos
acontecimentos.
- Localização
temporal: Ex.: a chuva começou a cair sobre a madrugada.
- Uso de todo
/a (s):
A palavra
"todo", quando seguida de nome, deve ser acompanhada de
determinante artigo (ou demonstrativo) que com ele concorda em género e número.
Ex.: Todo
o homem é mortal.
Toda a gente
gosta de ter amigos.
Todos os domingos
vou à praia. _
Todas as crianças
devem ser vacinadas.
- Uso de haver
e ver:
Haver - forma do
verbo haver no infinitivo (geralmente conjugado com o verbo ir, para exprimir;
= ter).
Ex: Vai haver
jogo amanhã? (haverá jogo amanhã?)
Desde ontem
que começou a haver (ter) mais água na cidade.
A ver - preposição
a seguida do verbo ver; serve também para relacionar.
Ex.: Estás a
ver o mesmo que eu?
Este curso
da Faculdade tem a ver com a tua maneira de ser?
- Diferenças
entre verbos conjugados como. Lava-se /Lavasse: trata-se /
Tratasse; Estuda-se / estudasse.
Diferença entre as duas formas verbais
|
||
Tempo verbal
|
Lava-se
Presente
do verbo lavar conjugado reflexamente na 3ª pessoa do singular.
|
Lavasse
Pretérito
imperfeito do conjuntivo do verbo lavar na 1ª e 3ª pessoa do singular.
|
Pela conjugação em outras pessoas
|
Eu lavo-me
Tu
lavas-te
Ele
lava-se, etc.
Pronomes
pessoais aparecem sempre separados do verbo pelo hífen.
|
Se eu
lavasse
Se tu
lavasses
Se nós
lavássemos etc.
|
Pela pronúncia
|
Lava-se
Silaba
tónica
|
Lavasse
Lavasse
|
Pelo plural
|
Ele
lava-se
Eles
lavam-se
|
Se ele lavasse
as mãos…
Se eles lavassem
as mãos
|
Pela
negativa
|
Ele
lava-se
Ele não
lava-se
|
Se ele lavasse
as mãos…
Se ele não
lavasse as mãos.
|
Formas de
Tratamento (Tu, Você...)
- TU -
empregue como forma própria de intimidade: de pai para filhos, avós ou
tios para netos e sobrinhos, entre irmãos e amigos, entre marido e mulher,
entre colegas de faixa etária igualou próxima.
- VOCÊ -
empregue fora do campo da intimidade, como tratamento igualitário ou de
superior para inferior (em idade, classe social, hierarquia)
Ex: Queres
uma maça? (tu) Quer uma maça? (você)
Formas de
tratamento
(Parte 11
de 12)
O tratamento
formal e o tratamento informal
ABREVIATURA
|
TRATAMENTO
|
USADO PARA:
|
V.A.
S.A.
|
Vossa alteza
Sua alteza
|
Príncipes e duques
Arquiduques
|
V.Emª
S.Emª
|
Vossa eminência
Sua eminência
|
Cardeais
|
V.Ex.ª
S.Ex.ª
|
Vossa excelência
Sua excelência
|
Altas autoridades do governo ou qualquer pessoa a
quem se queira manifestar grande respeito.
|
Mag.º/ª
|
Magnífico/ a
|
Reitores de universidades
|
V. M.
S. M
|
Vossa majestade
Sua majestade
|
Reis, Imperadores
|
V. Ex.ª Rev.ma
S. Ex.ª Rev.ma
|
Vossa excelência reverendíssima
Sua excelência reverendíssima
|
Bispo e arcebispos
|
V. P.
S. P.
|
Vossa paternidade
Sua paternidade
|
Abades superiores de conventos
|
V. Rer.ª
|
Vossa reverência ou reverendíssima
|
Sacerdotes em geral
|
V. S.
S. S
|
Vossa santidade
Sua santidade
|
Papa
|
CAPÍTULO IV
- SEMÂNTICA
Nota: as formas
com "Vossa" referem-se à? 2ª Pessoa, isto é, a pessoa com quem
falamos.
Ex.:
Excelência, Senhor Ministro, aprova esta medida?
As formas
com "Sua" dizem respeito à 3ª pessoa, aquela de quem falamos:
Ex.: Sua
Excelência, o Senhor Ministro, aprovou esta medida.
RELAÇÃO
ENTRE AS PALAVRA
Há na língua
portuguesa e outras palavras que se escreve da mesma maneira, são pronunciadas
da mesma maneira mas possuem significados completamente diferentes havendo
entre elas uma certa relação que é explicada ao fazermos o uso da semântica que
é a parte da gramática que trata especificamente do sentido actual das palavras
e das modificações das mesmas ao longo dos tempos.
A
Polissemia: consiste no
facto de um significante (palavra) ter um sentido central (primeiro),
do qual derivam outros sentidos (segundo).
Polissemia → 1 palavra
→ vários significados.
PALAVRAS
|
ESCREVE-SE
|
PRONUNCIA-SE
|
SIGNIFICADOS
OU
SENTIDO
|
Homógrafas
|
Da mesma maneira
|
De maneiras diferentes
|
Diferentes
|
Homófonas
|
De maneiras diferentes
|
Da mesma maneira
|
Diferentes
|
Parónimas
|
De maneiras diferentes
|
De maneiras diferentes
|
Diferentes
|
Antónimas
|
De maneiras diferentes
|
De maneiras diferentes
|
Contrário
|
Sinónimas
|
De maneiras diferentes
|
De maneiras diferentes
|
Mesmo significado
|
Homónimas
|
Da mesma maneira
|
Da mesma maneira
|
Diferentes
|
CAPÍTULO V -
LÉXICO
Os processos
de formação das palavras
São
realizados variados estudos e com estes, conclui-se sempre que a língua viva
encontra-se em constante evolução e transformação que ao longo dos tempos tem
viabilizado o surgimento constante de novas língua através da união ou do
contacto firme de duas diferentes línguas sendo estas do mesmo espaço
geográfico ou não.
Denomina-se
processo de formação de palavras, o processo que permite a formação de novos
lexemas o palavras a qualquer uma língua desde que a partir do surgimento do
fenómeno a palavra nova seja usada dentro desta língua de acordo ao nível a que
for enquadrado sem quaisquer complicações. Este processo depende inicialmente
de dois essenciais factores conhecidos como: Derivação e composição.
Para que
você possa diferenciar bem esses processos e, com isso, evitar erros na
resolução de exercícios, precisas inicialmente fazer a distinção entre três
tipos de palavras:
Palavra
primitiva: é toda
palavra que não nasce de outra, dentro da língua portuguesa. Ex.: rua, sol,
pedra, cidade etc.
A palavra
primitiva pode servir de ponto de partida para a formação de outras palavras.
Palavra
derivada: é toda
palavra que ser forma a partir de uma outra palavra pré-existente. Ex.:
novidade (novo); ensolarada (sol).
Palavra
composta: é toda
palavra que se forma a partir da reunião de duas ou mais palavras (ou
radicais).
Ex.: pontapé
(ponta+pé); azul-claro (azul+claro).
A derivação
É o processo
que permite a criação de novas palavras a partir da união de um afixo (prefixo
ou sufixo) a uma palavra primitiva (substantivo, adjectivo, verbo ou
advérbio) dando origem a uma nova palavra com significação diferente da que
possuía antes da junção.
A derivação
pode ser feita por prefixação, sufixação e por parassíntese sendo o prefixo um
acréscimo feito no princípio, o sufixo um acréscimo feito no fim e a
parassíntese os acréscimos feitos no principio e no fim das palavras primitivas
permitindo a criação de outras novas palavras que enriquecem o léxico de uma
língua.
- Derivação
prefixal: quando acrescentamos um prefixo à palavra
primitiva.
Ex.: re
(prefixo) + fazer (palavra primitiva) = refazer (derivação
prefixal).
- Derivação
sufixal:
quando acrescentamos um sufixo à palavra primitiva.
Ex.: ponta
(palavra primitiva) + eiro (sufixo) = ponteiro (derivação sufixal).
- Derivação
parassintética (ou parassíntese): ocorre quando a um
determinado radical ou palavra mãe acrescentam-se, ao mesmo tempo, um
prefixo e um sufixo.
Ex.: re (prefixo)
+ pátria (palavra primitiva) + ar (sufixo) = repatriar.
Obs.: existem
para além destes processos de derivação, outros processos tais como: a
derivação regressiva e a derivação imprópria.
- Derivação
regressiva: nesse caso, ao contrário dos anteriores, a
palavra não aumenta sua forma, e sim diminui, reduz-se o tamanho das
palavras graças a criação de substantivos a partir dos verbos.
ex.: abalar
→ abalo, chorar → choro, debater → debate.
Esse
processo dá, principalmente, origem a substantivos a partir de verbos e ocorre
com a substituição da terminação do verbo pelas desinências a, e, o.
Convém notar que todo substantivo formado por derivação regressiva termina em a,
e ou o e indica uma acção.
Para
exemplificar esse processo, vamos considerar as duas palavras sublinhadas na
frase:
Ex.: O
resgate dos passageiros foi feito através da âncora.
resgate:
termina em (e) e indica a acção de resgatar, portanto é formada por derivação
regressiva. âncora: termina em (a), mas não indica acção,
portanto não é formada por derivação regressiva. trata-se de uma palavra
primitiva.
- Derivação
imprópria: é a passagem de uma palavra que pertencente a
determinada classe gramatical (substantivo, adjetivo, advérbio etc.) para
outra classe.
Ex.: Fumar
(é verbo) / o fumar (é substantivo)
Claro (é
adjectivo) / ela fala claro (é advérbio)
Nota que a
palavra muda de classe gramatical sem sofrer modificação em sua forma.
A composição
É o processo
que permite a formação das palavras através da combinação de duas ou mais
palavras (mãe) já existentes, dando origem a uma nova palavra com a
significação diferente.
A composição
pode ser feita de duas formas que são:
- Composição
por justaposição: quando as duas (ou mais) palavras que se juntam
não perdendo nenhum fonema, mantendo, por isso, a pronúncia que
apresentavam antes da composição dão origem a uma nova palavra com o
significado diferente e são normalmente separadas por um hífen ou traço de
união. Ex.: saca-rolhas (saca + rolha); couve-flor (couve + flor);
obra-prima (obra + prima); pé-de-moleque (pé + de + moleque).
Composição
por aglutinação: quando pelo menos uma das palavras que se unem podendo uma delas perder
alguns fonemas, sofrendo, assim, uma mudança em sua pronúncia e originando uma
nova palavra não separada por um traço de união ou hífen.
Ex.:
petróleo (petra + óleo); fidalgo (filho + de + algo);
pernalta (perna + alta);
Além desses
processos, a língua portuguesa também possui outros processos para formação de
palavras, como:
- Hibridismo: são
palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos originários
de línguas diferentes (automóvel e monóculo, grego e latim / sociologia,
bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alcoômetro, árabe e grego /
caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino / sambódromo -
africano e grego / burocracia - francês e grego);
- onomatopéia:
reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zunzum, miau);
- abreviação
vocabular: redução da palavra até o limite de sua compreensão (metrô,
moto, pneu, extra, dr., obs.)
- siglas: a
formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma seqüência de palavras
(academia brasileira de letras - abl). a partir de siglas, formam-se
outras palavras também (aidético, petista)
- neologismo: nome
dado ao processo de criação de novas palavras, ou para palavras que
adquirem um novo significado.
- acronimia: criação
de novas palavras a parti das sílabas iniciais de outras palavras (frelimo
→ frente de libertação de moçambique); minfamu (ministério da família e
promoção da mulher.
(Parte 12
de 12)
Postado por
Dario Dr de Melo
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