terça-feira, 6 de maio de 2014

Gramática

Bhttp://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAfZIoAB-0.jpgREVES CONSIDERAÇÕES
Com base aos sistemas linguísticos e várias pesquisas realizadas, o estudo e compreensão da língua é um dos objectivos fundamentais da gramatica que preocupa-se com a observação de suas particularidades e sobretudo regras.
A Gramática: estabelece as normas de expressão verbal, estudando as palavras e a correcta construção ou estruturação das frases. Ela pode ser:
Normativa: providenciando a análise da língua no seu funcionamento em determinada época.
Histórica:conservando todas as modificações sofridas pela evolução da língua ao longo dos tempos.
Partes da Gramática
·         Lexicologia - parte da Gramática que estuda o vocabulário nas suas origens e as suas transformações fonéticas, fonológicas, sintáticas e semânticas…
·         Morfologia - estuda as classes das, descreve suas regras e a estruturação interna das palavras (suas formas e flexões).
·         Sintaxe - estuda a organização, combinação e funções das palavras dentro das frases obedecendo regras próprias.
·         Semântica - estuda os sentidos e significados das palavras ou frases dentro e dos textos.
·         Fonética: estuda os sons, sua produção escrita (ortografia) e transformações variáveis.
Outras noções:
·         Fonologia: é o ramo da linguística que estuda o sistema sonoro das línguas. Da variedade de sons que aparelho fonador humano pode produzir (e que é estudado pela fonética) só um número relativamente pequeno é usado distintivamente em cada língua.
·         Literatura: conjunto da produção escrita, as expressões verbais artísticas, compreendendo as obras estética de expressão oral e escrita.
·         Vocabulário: conjunto de palavras.
CAPÍTULO I - FONÉTICA
Entre as partes que constituem a gramática, a Fonética é a que se ocupa no estudo dos sons, sua produção, suas combinações, sua representação na escrita e suas modificações.
Dai que neste capítulo, interessa analisar estes sons. Na Língua Portuguesa os sons são representados pelas letras e outros sinais gráficos. Na verdade, a ideia de representação gráfica dos sons remete-nos para o alfabeto e outros meios de representação ortográfica.
O alfabeto
O alfabeto da Língua Portuguesa é composto por vinte e três letras e mais três. Dissemos mais três porque estas últimas foram incluídas pela existência de palavras de línguas estrangeiras no vocabulário do Português.
Maiúsculas Minúsculas Designação
A a á
B b Bê
C c Cê
D d Dê
E e É
F f Efe
G g Gê
H h Agá
I i I
J j Jota
K k kapa
L l ele
M m eme
N n ene
O o ó
P p pê
Q q quê
R r erre
S s esse
T t tê
U u u
V v vê
W w vê dobrado /dâblio
X x xis
Y y ipsilon
Z z zê
E ainda:
Grafia Designação
Ç cê cedilhado
Dígrafos
Rr erre duplo
Ss esse duplo
Ch cê-agá
Lh ele-agá
Nh ene-agá
Gu guê-u
Qu quê-u
O emprego das letras maiúsculas
As letras maiúsculas empregam-se:
1.      No princípio de um período.
Ex.: Com efeito, as condições melhoraram e já se pode respirar de alívio...
1.      Nos nomes próprios de pessoas, terras, países, regiões, montanhas, montes, cordilheiras, etc.
Ex.: Nayole, Camabatela, Angola, Mussulo, Moco, Kilimanjaro, Andes.
1.      Nos nomes dos meses do ano, das estações, das festas tradicionais.
Ex.: Dezembro, Verão, Páscoa.
1.      Nos títulos de livros.
Ex.: Clandestinos no Paraíso (de Luís Fernando)
1.      No nome de Deus e de outras entidades religiosas (Cristo, Espírito Santo).
1.      Nos nomes de povos, grupos regionais, tribos quando são empregados como substantivos.
Ex.: Angolanos, Bakongo, Vatwa.
1.      Nos nomes de pessoas ou entidades que respeitamos ou que se referem a altos nomes ou cargos políticos e religiosos.
Ex.: minha Mãe, o Ministro, a Igreja.
1.      No nome de disciplinas escolares.
Ex.: Língua Portuguesa, História, Geometria Descritiva.
1.      Nas expressões ou pronomes de tratamento.
Ex.: Vossa Excelência, Reverendo, Meritíssimo.
1.      Nas formas pronominais referidas a entidades.
Ex.: A Deus vemo-Lo em toda a parte.
Vogais e Consoantes
As vogais são fonemas produzidos pela laringe, independentemente da intervenção de outros órgãos. São os sons produzidos apenas pelas cordas vocais sem a intervenção das outras partes do aparelho fonador. São elas:
--------------------------- a, e, i, o, u ------------------------------------
As consoantes representam os sons que apenas podem ser pronunciados com uma vogal na qual se apoiam e em cuja produção intervém uma fricção ou obstrução realizada pelos órgãos do aparelho fonador. Consoantes:
----------b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, y, z ------------
As letras k, w e y são consideradas como semivogais, já que podem ter valor de vogais ou consoantes em função da pronúncia.
Translineação e Divisão silábica
As sílabas são as unidades em que se dividem as palavras quando soletradas.
Ex.: Car-ro, mi-nu-to
A vogal é indispensável para a constituição da sílaba em português, chegando a ser o elemento fundamental da mesma. Tal é assim que uma sílaba pode ser constituída apenas pela própria vogal, por um ditongo, por uma vogal ou ditongo antecedidos ou sucedidos por consoantes.
Ex.: a-mor, au-men-to, cor-po, etc.
As sílabas podem ser abertas quando terminadas em vogal (ca-sa) e fechadas quando terminam em consoante (sim-ples).
Em relação ao número de sílabas que as palavras podem conter, elas estão distribuídas em monossílabos (palavras com um única sílaba- pé), dissílabos (palavras com duas sílabas- ra-to) e polissílabos (que são palavras com três ou mais sílabas- téc-ni-ca).
Translinear significa separar uma palavra no final da linha utilizando um hífen (-). De modo que, é necessário que esta separação não descure do respeito das regras de divisão silábica. Assim, podem ser divisíveis:
1.      Duas consoantes que se seguem sem para tal, constituam um grupo, sendo que não pertençam à mesma sílaba ainda que uma delas não se pronuncie.
Ex.: rus-so, des-cer, a-dop-ção.
1.      Duas vogais que se seguem, pertecendo a sílabas diferentes, o conhecido hiato.
Ex.: mi-ú-do, ra-i-nha, do-er.
1.      Duas consoantes graficamente iguais.
Ex.: guer-ra, as-sar, co-mum-men-te, con-nos-co.
Porém, são indivisíveis:
1.      As consoantes que ocorrem no início de sílaba (grupo consonântico homossilábico) e também os dígrafos lh, nh, ch, gu, qu.
Ex.: pa-lha-ço, cu-nha-do, fe-cha-du-ra, man-guei-ra, má-qui-na.
1.      As sequências de vogal e consoante gráfica nasal.
Ex.: am-bu-lân-cia, cam-po.
1.      Os ditongos decrescentes (aqueles em que a vogal antes da semivogal).
Ex.: cha-péu, boi, fui.
1.      As partículas ea, eo, ia, ie, io, oa, ua, ue se em posição final átona e pronunciadas como ditongos crescentes, correspondendo foneticamente a duas vogais pronunciadas com pausa.
Ex.: pa-ciên-cia, á-rea, sé-rie, á-gua, etc.
Combinações Especiais
Por causa de vários equívocos e erros ortográficos, importa aqui apresentar a utilização de alguns segmentos.
·         O uso do h
No início e no fim de uma palavra, a letra h não se pronuncia.
Utiliza-se no início por força da etmologia (homem, haver); em função da adopção convencional (hum! hã!) e no final de algumas outras interjeições (eh! oh!)
Mantém-se, nas palavras compostas, quando pertence a um elemento que está ligado ao anterior por hífen (sobre-humano, anti-higiénico), todavia o h combinado com as letras c, l, n altera substancialmente a pronúncia destas letras (charco, coelho, apanhar).
g e j
A consoante g pronuncia-se g antes de a, o e u (carga, logo, agulha) e tem pronúncia de j antes de e e i (gelado, gigante). De modo que, para que se leia g convencionalmente é imposto o uso de u entre a consoante e a vogal (guerra). Mas a consoante j preonuncia-se sempre j (jogo, jacaré, jacente).
O s e z
É comum estas duas letras terem a mesma pronúncia (z) no interior ou no final das palavras. Apesar de não ser possível fixar regras precisas, o seu uso se justifica, em regra, pela sua origem. Usa-se o s:
1.      Nos sufixos -oso e –osa (rugoso, maravilhosa);
1.      No sufixo -esa nos casos do feminino dos nomes de naturalidade ou nacionaliade terminados em -ês ou de cargos ou títulos e nos substantivos com origem no particípio de verbos cujo radical termina em d (irlandesa, arquiduquesa, defesa);
1.      Nas palavras com
Ainda dentro da fonética:
Fonologia:é a ciência que estuda os fonemas de uma língua.
Ortografia: conjunto de normas relativas a utilização dos sinais gráficos.
Ortotonia: conjunto de normas relativas a pronúncia das palavras.
Palavra: som ou conjunto de sons articulados (ou escritos) com sentido.
Silaba: unidade de pronúncia em que se dividem as palavras.
Fonema: é a unidade de som mais pequena da língua.
Letra: é um sinal gráfico para reproduzir na escrita as nossas palavras.
Os sinais da escrita podem ser principais (letras e algarismos) e auxiliares (sinais de pontuação, acentos, hífen, cedilha. apóstrofo, til)
Acentuação:
Quando pronunciamos uma palavra com várias sílabas (polissílabo) distinguimos normalmente uma delas que se destaca em relação às outras, sendo percebida como a mais "forte". Esta sílaba é chamada de sílaba acentuada ou tónica (as restantes são não acentuadas ou átonas).
Quanto ao acento as palavras podem ser:
- Agudas - quando o acento recai na última sílaba (café, mulher);
- Graves – quando o acento recai na penúltima sílaba (provável, mala);
- Esdrúxulas - quando o acento recai na ante penúltima sílaba (fantástico, ídolo).
Os acentos gráficos são sinais que assinalam na escrita a vogal tónica, evitando possíveis erros de leitura.
Conhecemo-los como:
- Agudo [´]: emprega-se sobre a vogal tónica (maré, insônia, há, saía, húmido);
- Grave [`]: usa-se para assinalar as contrações da preposição a com o artigo…
Circunflexo [^]: usa-se sobre a vogal tónica se esta for a, e ou o fechados (pêssego, bisavô).
A Crase do "a" só ocorre antes de nomes femininos e sobretudo quando são antecedidos por artigos do género feminino
Ex.: Vou à escola hoje.
À= (preposição + artigo)
ATENÇÃO
  • Se tiver dúvidas, pode substituir na frase o nome feminino que aparece a seguir ao "a" por um nome masculino e reconstrua a frase. Se na nova frase a junção resultar em "ao", então sem dúvidas não há contração.
http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAfZIoAB-1.jpghttp://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAfZIoAB-1.jpgEx.: Vou à praia esta tarde. / Vou ao mercado esta tarde.
Nome feminino Nome masculino
Há crase:
  • Antes de Complemento- recto ("'a quem?"). Ex.: Entreguei o livro à Ana.
  • Antes de Complemento circunstancial de tempo ("quando?"). Ex.: Chegou em casa às 10 horas.
  • Antes do complemento circunstancial de Lugar ("aonde?") Ex.: Hoje vou à biblioteca estudar.
  • Antes de Complemento circunstancial de modo ("'como?) Ex.: Vou sair à francesa.
Não hã crase:
  • Antes de um verbo. Ex.: Estás a insistir porquê?
  • Antes de um artigo indefinido. Ex.: Jandira deu o manual a uma sobrinha.
  • Antes do pronome demonstrativo este/a/s. Ex.: Vou a esta livraria.
  • Antes de pronomes indefinidos. Ex.: Não entregues a ninguém; Insultou a toda a gente.
  • Antes de quem: Ex.: A aluna a quem falo...
  • Entre duas palavras iguais. Ex.: frente a frente, lado a lado.
  • Em nome de disciplina. Ex.: Tive 7 a Português.
  • Nas datas. Ex.: o Teste será a 13 de Fevereiro; O Preparatório vai de 03 de Novembro a 30 de Janeiro.
  • Antes de nomes femininos no plural (em caso de omissão). Ex.: Deu a crianças do INAC.
Em topónimos:
Nos casos de contração em topónimos (palavras que indicam nomes países, cidades, regiões) lugares, etc. – ex.: Angola, Espanha, etc.), se forem nomes masculino, não há crase:
Nome feminino
Nome masculino
Ex.: Vou ao Huambo; Vamos ao Brasil.
Mas se for feminino, naturalmente, há crase. Ex: Vou à Itália.
Há topónimos que não se usam precedidos de artigo: -Angola, Portugal, Moçambique…
Nestes casos não há crase. Porém, em caso de dúvida. Podemos usar tais nomes que tenham como regência a preposição "de".
Ex.: Venho de Angola Vou a Angola Não há contracção.
Venho da Austrália Vou à Austrália Há contracção.
Voltei da Namíbia Regresso à Austrália Há contracção.
Voltámos da Hwla Chegamos à Huíla Há contracção.
Sinais auxiliares da escrita:
  • hifen ou traço deuniao [-] usa-se para: ligar elementos de palavras compostas ou/ e algumas derivadas. Ex.: pré – escolar,chapéu-de-chuva.
  • Para ligar pronomes átonos a formas verbais, Ex.: retire-o; levá-la-ei.
  • Na translineação.
  • Cedilha [¸] coloca-se por baixo de (C, antes de a, o') e''u”, para representar a fricativa linguodental surda ("dar" valor de s). Ex.: açúcar, caçar, praça, açoitar.
  • Apóstrofe [ʻ] serve para assinalar a supressão de um fonema - geralmente de uma vogal – no verso, em certas pronúncias populares ou em palavras compostas ligadas pela preposição de.
Ex.: esp'rança; p'Ios; p'ra; olho d'~·galinha d' Angolâ; Sant' Ana; Sane António.
  • Til [~]é usado para indicar a nasalização da vogal. Ex.:(açã, mão, oração. põe)
Sinais de pontuação:
Os sinais de pontuação servem para tornar mais clara e expressiva língua escrita. Uma vez que esta dispõe dos recursos da língua falada como as pausas ou entoação, recursos esses que de algum modo, a pontuação deverá representar pelo menos de forma aproximada.
Um uso adequado da pontuação é fundamental, dado que feita de forma incorrecta pode levar a uma interpretação diferente da pretendida.
Os sinais de pontuação são:
  • Ponto(.)
  • Vírgula (,)
  • Dois pontos (:)
  • Ponto de interrogação (?)
  • Ponto de exclamação (!)
  • Reticências ( ... )
  • Travessão ( - )
  • Parênteses (( ))
  • Aspas (« »)
  • Ponto - usa-se em final de período, quer seja simples ou composto. Marca, relativamente à língua, uma pausa máxima. Quando se pretende assinalar a passagem de um assunto para o outro, de uma ideia ou' grupo de ideias para outras, ou, de um modo geral quando se deseja marcar uma divisão maior dentro de um mesmo texto, abre-se um parágrafo, que se assinala pela mudança de linha. O ponto que ocorre no final do texto é chamado de parágrafo." O ponto pode ser usado ainda para assinalar formas abreviadas (Dr. I Sr. N.Ex,").
  • Vírgula - marca uma pausa curta. Emprega-se para separar determinados elementos dentro de uma oração ou orações dentro de um mesmo período.
Apesar de não ser absolutamente uniforme a utilização da vírgula, há no tanto, algumas regras que devem respeitar-se de forma a assegurar a interpretação correcta das frases.
  • O sujeito nunca deve ser separado do predicado por vírgula igualmente entre o verbo e o complemento directo;
  • Usa-se também para separar orações coordenadas excepto quando ligadas pela conjunção copulativa ("e");
  • Para isolar orações relativas e explicativas;
  • Para as orações subordinadas adverbiais;
  • Para Separar o nome do lugar, quando se data um escrito (Luanda, 27 de Novembro de 2007) …
  • Ponto e vírgula representam uma pausa maior do que a marcada pela vírgula e menor do que a assinalada pelo ponto. Há alguma imprecisão no seu emprego, uma vez que pode, nalguns casos substituir-se por vírgula e noutros por ponto. Usa-se:
  • Para separar orações com estrutura idêntica, especialmente coordenadas, sobretudo se forem um 'tanto longas;
  • Para substituir a vírgula quando no período há duas ou mais orações subordinadas dependentes da mesma principal;
  • Dois pontos - marcam uma pausa maior que a da vírgula, mas menor do que a do ponto. emprega se antes de:
  • Um discurso directo, geralmente introduzido por formas verbais declarativas ou interrogativas directas;
  • Uma enumeração e /ou descrição; .,
  • Uma oração que explica, sintetiza ou confirma a ideia contida na oração anterior.
  • Ponto de interrogação - usa-se em final de frases interrogativas directas, mesmo quando não se pressupõe a uma resposta.
  • Ponto de exclamação - representa uma entoação exclamativa, colocando-se no final de frases que exprimem surpresa, prazer, dor, ete., ocorre frequentemente depois de interjeições, em frases imperativas e vocativos a que se pretende dar intensidade.
  • Reticências - assinalam uma suspensão da frase. Podem indicar que há uma hesitação.
  • Travessão - usa-se também para indicar diálogo interlocutores e para separar frases intercaladas.
  • Parênteses - usam-se para separar palavras ou frases intercaladas que completam, precisam, explicam ou mesmo comentam qualquer elemento referido no discurso ou relacionado com o assunto tratado.
  • Aspas (ou comas) - usam-se para assinalar o início e o fim de uma citação, distinguindo-o claramente do resto do 'texto; para destacar palavras ou expressões pouco usadas (por. ex, palavras estrangeiras), ou empregadas de valor especial (afectivo, irónico) ou quando se indicam aspectos diferentes da sua forma ou significado. Usam-se também para, indicar o título de uma obra.
  • Translineação: quando na escrita, separamos uma palavra no final de uma linha usando hífen, a essa divisão chamamos de translineação, que deve respeitar a divisão silábica não se podendo separar letras que representam segmentos que pertencem à mesma sílaba.
  • Regra geral: A divisão silábica faz-se por So-le-tra-ção, Mas se deve atender aos seguintes casos especiais:
Separam-se:
  • A vogal seguida pode separar-se desde que não sejam ditongos (ha-bi-tu-al men-te);
  • As consoantes dobradas separam-se uma de cada lado -rr, -ss, -nn, (pos-se; ar-ru-mar);
  • Os grupos de consoantes.e vogais que não pertencem a mesma sílaba (fac-to; ap-ti-dão);
Não se separam:
  • Os dígrafos ((lh, nh, sh, ss, cr, cre…)
Nota: as palavras com hífen (na translineação), o mesmo repete-se na linha imediata ( deve- /-se; chamo-/-me).
CAPÍTULO II - NOÇÕES GERAIS
Linguagem, Língua e Discurso.
Linguagem: é um "conjunto complexo de processos resultado de uma certa actividade psíquica profundamente determinada pela vida social - que torna possível a aquisição e o emprego concreto de uma língua qualquer". Usa-se também o termo para designar todo sistema de sinais que serve de meio de comunicação entre os indivíduos. Desde que se atribua valor convencional a determinado sinal, existe uma linguagem mediante o uso. À linguística interessa particularmente uma espécie de linguagem, ou seja a linguagem falada ou articulada.
Língua é um sistema gramatical pertencente a um grupo de indivíduos. Expressão da consciência de uma colectividade, a lingua é o meio par que ela concebe o mundo que à cerca e sobre ele age. Utilização social da faculdade da linguagem, criação da sociedade, não pode ser imutável; ao contrário, tem de viver em perpétua evolução, paralela à do organismo social que a criou.
Discurso é a língua no ato, na execução individual. E, como cada indivíduo tem em si um ideal linguístico, procura ele extrair do sistema idiomático de que se serve as formas de enunciado que melhor lhe exprimam o gosto e o pensamento. Essa escolha entre os diversos meios de expressão que lhe oferece o rico repertório de possibilidades, que é a língua, denomina-se estilo.
A distinção entre linguagem, língua e discurso, indispensável do ponto de vista metodológico, não deixa de ser em parte artificial. Em verdade, as três denominações se aplicam a aspectos diferentes, mas não opostos, do fenómeno extremamente complexo que é a comunicação humana.
Um dialecto é a forma como uma língua é realizada numa região específica. Cientificamente este conceito é conhecido por "variação linguística.
Variedades Linguísticas
A sociolinguística - ramo da linguística que estuda a língua como fenômeno social e cultural, assumindo diferentes formas de variações: várias regiões do país. Tal facto, é deterrninante para o surgimento duma variante do português angolano, uma vez que esta assume características próprias dos falantes deste país africano, no que se distingue da matriz de Portugal e do Brasil, do mesmo modo, dos outros países africanos falantes do português. A língua portuguesa tem uma relação privilegiada com Kimbundu, Kikongo, Umbundu, Cokwe, Kwanyama, e outras línguas e suas variantes. Dessa relação a língua portuguesa tem sido privilegiada com a criação e enriquecimento de novos vocábulos, principalmente, da gíria e do calão Luandense.
Para os angolanos a Língua Portuguesa pode ser considerada, ainda, como língua materna, essencialmente, para as zonas urbanas e do litoral. Para outros, é uma língua secundária. Pois, tem-se noção de língua materna, aquela que é aprendida desde o berço, a língua de primeiro contacto.
A comunicação
Segundo historiadores, existe no seio da raça humana um conjunto de sinais próprios de cada sociedade, região ou população que tem a já muito tempo possibilitando o contacto entre os seres de cada uma das espécies do planeta. Todos estes sinais códigos e marcas reunidos compreendidos e descodificados, dão como resultado final a comunicação.
(Parte 3 de 12)
(Parte 4 de 12)
Comunicar é um acto fundamental na vida humana por ser através deste processo que o homem troca informações, aprende, partilha sentimentos, emoções, experiências e muito mais.
Para que haja a comunicação é necessário que haja linguagem sendo esta subdividida e representada em três distintas partes que são:
  • Linguagem verbal
  • Linguagem não verbal
  • E a linguagem mista
  • Linguagem ou comunicação verbal: é aquela por onde se faz a utilização das palavras (fala ou escrita) mantendo o contacto linguístico entre os falantes. Está é a linguagem exclusiva do homem e constitui o sistema mais rico e complexo da comunicação o qual obedece as regras gramaticais de ortografia e de pronúncia.
Ex.: A carta, o diálogo etc.
  • Linguagem ou comunicação não verbal: Como diz o nome nesta comunicação não se faz por variadas razões a utilização das palavras mas sim se usarão os sons, gestos e por vezes os ícones.
Ex.: os semáforos, a buzinas, os desenhos em placas nas ruas etc.
  • Linguagem mista: nesta linguagem faz-se simultaneamente a utilização da linguagem verbal e não verbal.
Ex.: a banda desenhada etc.
Elementos fundamentais da comunicação verbal
São existentes na língua portuguesa e em várias outras línguas seis (6) factores fundamentais que viabilizam o processo de transmissão e recepção da mensagem (comunicação).
Os factores fundamentais da comunicação são a existência de elementos como: emissor, receptor, canal, código, mensagem e o contexto e caso não haja estes elementos não há comunicação.
  • Emissor: é o sujeito falante que dá início à comunicação.
  • Receptor: é a pessoa que recebe e descodifica a mensagem.
  • Canal: é o meio físico que permite a transmissão e circulação da mensagem.
  • Código: é o conjunto de sinais ou signos usados para criar a mensagem. Este deve ser do conhecimento tanto do emissor como do receptor.
  • Mensagem: aquilo que se transmite do emissor para o receptor através do canal.
  • Contexto: a situação a que se vive no momento da transmissão da mensagem.
Níveis de língua (linguagem)
A língua padrão é constituída por um sistema de signos e regras combinatória próprias de uma comunidade linguística, que permitem a todos os sujeitos falantes comunicarem entre si e compreenderem-se mutuamente, sejam eles de culturas diferentes e até mesmo analfabetos.
A língua padrão é assim designada não apenas para os falantes que se exprimem sempre dentro dos seus limites, mas também para aqueles que a transgridem, criando os outros níveis de língua.
Por linguista e gramático são revistas a existência de cinco (5) níveis diferentes de língua ou linguagem que são:
  • Nível de língua cuidado: é o nível de língua ou linguagem por onde se faz a utilização da linguagem com maior rigorosidade e este processo de utilização tem dificultado a compreensão da mensagem aos falantes que não fazem a utilização do mesmo nível de linguagem. A linguagem usada pela maioria de classe alta.
Ex.: V.ex Sr. Presidente do conselho de ministro anunciar a abertura da partida de futebol que terá lugar no campo do são Paulo já é um privilégio!
  • Nível de língua corrente (norma padrão): neste nível usa-se a linguagem de maneiras menos rigorosa a fim de facilitar a compreensão da mensagem por qualquer falante da mesma língua não dependendo do nível social e de escolaridade que este ocupa. A linguagem usada por todos nós.
Ex.: Vamos então à escola!
Nós somos filhos de Angola.
  • Nível de língua familiar: é o nível de língua ou linguagem no qual se faz constantemente a utilização do diminutivo, expressões só compreendidas por elementos da mesma família ou da mesma intimidade.
Ex.: Joãozinho, filho senta no colinho da mamãe amor. (onde Joãozinho é diminutivo de João e só assim é tratado com o propósito de se querer mostrar mais carinho, mimo etc.)
  • Nível de língua popular: é a língua usada pelo povo, quer quando fala, quer quando escreve. Este nível de linguagem é caracterizado pela simplicidade do vocabulário em que são raríssimos os termos eruditos, e pelo desvio da norma nos domínios quer fonéticos como morfo-sintáctico.
Do nível de linguagem popular classificam se pequenos sub níveis de linguagens tais como o calão e a gíria.
  • Nível de língua literária: é o nível de linguagem usado na criação de textos poéticos ou líricos permitindo assim a utilização constante de figuras estilística ou de retóricas dando ao criador dos mesmos a possibilidade de enfatizar a mensagem provocando a emoção estética dos leitores pela atribuição de características humanas a seres inanimados.
  • Linguagem usado nos poemas
Ex.: amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói mas não se sente
É dor que desatina sem doer.
  • Nível de língua técnico-científico: é nível de linguagem usado com frequência em locais de trabalhos com empresas, fábricas etc. Neste nível faz-se a utilização de expressões que só são compreendidas por técnicos pertencentes ao mesmo programa de investigação e pode ser também chamado de linguagem codificada.
Ex.: Na = sódio,
Pt = Posto de transformação.
R. uv = raios ultra violeta etc.
As funções da linguagem
Os linguistas na constituição da gramática decidiram distinguir seis (6) palpáveis funções de linguagens ou de comunicação verbal que diferenciam as maneiras possíveis de se manter em contacto com os outros.
Assim sendo se pode então definir a função da linguagem a maneira como o emissor transmite a mensagem ao receptor e vice-versa.
Os elementos da comunicação atrás estudados estão relacionados às funções de linguagem agora apresentados e para a melhor compreensão criou Romão Jacobson o esquema seguinte para melhor explicar:
Código
Meta linguística
Emissor
Receptor
Mensagem
Emotiva Apelativa Poética
Canal
Fática
Contexto
Fática
Informativa
  • Função emotiva: é a função mediante a qual o emissor manifesta uma relação com a mensagem demonstrando sua emotividade isto é a sua atitude afectiva.
Ex.: o uso das interjeições (oh!, ah!, ui!, ai de mim!).
  • Função informativa: nesta função o emissor tende simples e objectivamente a informar o receptor sem poder alterar a mensagem.
Ex.: a notícia de um jornal.
  • Função apelativa: é a função pela qual o emissor actua sobre o receptor , dando lhe uma ordem, conselho, fazendo pedido etc.
Ex.: Menino, sê inteligente!
Amigos, sejamos dignos da pátria.
  • Função Meta linguística: é a linguagem usada em fábricas, sectores militares e outros mais locais com o objectivo de codificar com segurança toda a informação e ser só compreendida por aqueles que usam o mesmo código de linguagem.
Ex.: T = tango, S = charle, M.A.L = maik alfa lima etc.
  • Função Fática: é a função pela qual se pretende manter o contacto, físico ou psicológico (atenção) entre os locutores é a função apropriada para os discurso ou sermões, para os textos publicitários etc.
Ex.: está lá? Alô! Não desligue! Compreende? Está a me ouvir?
  • Função Poética: é a função que tem com objectivo através da utilização de figuras estilísticas embelezar a mensagem criando ritmos agradáveis a fim de provocar com frequência a emoção estética.
Ex.: ah! Que belos cabelos são os da Ana Maria!
CAPÍTULO III -MORFOLOGIA
  1. Palavras Variáveis
Os substantivos (suas subclasses substantivos)
Chamam-se substantivos às palavras que designam (dão nomes) as coisas pessoas ou seres no geral.
Ex.: Ana, Benguela, Papel, Aluno, Dor, etc.
Os substantivos sub dividem-se em classes distintas de acordo às características como :
  • Próprios
Abstractos
(Parte 4 de 12)
(Parte 5 de 12)
  • Comuns Concretos
Colectivos,
  • Substantivos próprios: são as palavras que designam um indivíduo de uma determinada espécie, escrevendo-se com iniciais maiúsculas.
Ex.: Mário, Kwanza, Paris, Gia etc.
  • Substantivos comuns: são aqueles que designam todos os seres de uma espécie ou grupo conhecidos vulgarmente.
Ex.: livro, casa, carro, roupa, pessoa, filhos etc.
  • Substantivos concretos: São as palavras que designam as coisas, animais, pessoas e instituições podendo se tocar, ver ou sentir.
Ex.: terra, árvore, pinheiro, bebé, povo etc.
  • Substantivos abstractos: são as palavras que designam as acções, qualidades, estados ou noções que não se podem ver ou sentir mas podemos sentir.
Ex.: amargura, bondade, caridade, doença, estupidez, sabedoria, fama etc.
  • Substantivos colectivos: são aqueles que mesmo no singular designam um conjunto de seres de uma mesma espécie. Apesar de que os colectivos mais vulgares estejam na boca de todos, como bando, cardume, enxame, multidão, rebanho e mais, apresentamos outros menos usados como exemplos.
Alcateia ( lobos) batalhão (soldados) cáfila (camelos)
Cambada (malandros) horda (nómadas, aventureiros) quadrilha (ladroes)
Ramalhete (flores) corja (vadios) réstia (cebolas,alhos)
Os artigos
São assim chamados os elementos que determinam o género e número dos nomes podendo ser dividido em:
  • Definidos - (a,o,a,os,as) pessoa, animal, carros.
Ex.: A Zefa, As meninas.
  • Indefinidos- (um, uma, uns, umas) peça, coisa,
Ex.: Um armazém.
Adjectivos e suas flexões
São chamados adjectivos, todas as palavras da classe variável que exprimem qualidades ou características dos seres, objectos ou ideias designadas pelos substantivos.
Ex.: O corpo esbelto A alma rebelde O aluno estudioso
Flexão dos adjectivos em:
  • Número
Os adjectivos simples seguem as mesmas regras de formação do plural dos substantivos.
  • Se terminare em vogal (a,e,i,o,u / ou ao,ão), acrescenta-se um (-s) para a formação do plural.
  • Se terminar em consoante ( z,l,s), acrescenta-se (-es) para a formação do plural.
  • Género
Rigorosamente falando, o adjectivo não apresenta a variação em género. Assume no entanto o género do substantivo a que estiver ligado e a qualificar. Logo, assim como os substantivos, os adjectivos podem ser uniformes (aqueles que têm uma só forma para os dois géneros), ou biformes (com uma forma para o masculino e outra para o feminino).
djectivos uniformes: homem feliz
mulher feliz
filho crente
filha crente
Adjectivos biformes: homem bondoso
mulher bondosa
casa vermelha
fato vermelho
Obs.: os adjectivos uniformes no superlativo absoluto sintético têm duas formas:
Feliz → felicíssimo → felicíssima.
Cruel → crudelíssimo → crudelíssima.
Fácil → facílimo → facílima
Para a formação do feminino dos adjectivos aplica-se a eles todas as regras usuais nos aos substantivos mudando o (o em a) etc.
  • Grau
Quanto ao grau os adjectivos apresentam as qualidades das coisa pessoas ou seres variando de acordo aos seguintes passos:
grau normal grau comparativo grau superlativo
( lindo ) ( tão lindo como…) ( muito lindo)
  • Grau comparativo: estabelece uma notável comparação relativa a qualidade entre dois seres, indicando que um deles possui um grau superior, igual ou inferior ao outro.
Ex.: O Mundundo é mais inteligente quea Antónia.
( comparativo de superioridade)
Ex.: O Mundundo é menos inteligente que a Antónia
(comparativo de inferioridade)
Ex.: O Mundundo é tão inteligente como (quanto) a Antónia
(comparativo de igualdade)
De acordo aos exemplos, os adjectivos no grau comparativo variam em comparativo de: (superioridade, inferioridade e de igualdade).
  • Grau superlativo:O grau superlativo dos adjectivos indicam que:
  • Um ser possui um grau elevado de uma determinada qualidade, sem a possibilidade de a comparar com qualquer outro ser (superlativo absoluto).
O superlativo absoluto pode ser analítico ou sintéctico.
Ex.: A Vilma é muito activa (superlativo absoluto analítico).
Ex.: O Pedro é activíssimo(superlativo absoluto sintéctico).
  • Que um ser apresenta um grau maior ou menor de uma qualidade em comparação com outros seres que também possuem esta qualidade (superlativo relativo).
A superlatividade pode ser por inferioridade ou por superioridade.
Ex.: a Ana é forte, o Pedro é forte e o Zeca é mais forte entre os três.
QUADRO SIMPLIFICADO DE ALGUNS ADJECTIVOS
Grau Superlativo Relativo
Grau Superlativo Absoluto
Inferioridade
Superioridade
Analítico
Sintético
O João éo menos forte daturma.
O João éo mais forte da turma.
O João émuito forte.
O João é fortíssimo
  
Obs.: Existem alguns adjectivos que não seguem as normas gerais anteriores e apresentam formas próprias no comparativo e no superlativo.

Adjectivo
Comparativo de
Superioridade
Superlativo
Absoluto
Relativo
Bom
Melhor
Óptimo
O melhor
Mau
Pior
Péssimo
O pior
Pequeno
Menor
Mínimo
O menor
Grande
Maior
Máximo
O maior

(Parte 5 de 12)
(Parte 6 de 12)
Nota: Estes adjectivos apresentam, no entanto, também, algumas formas regulares.
Ex.: boníssimo, malíssimo, grandíssimo, pequeníssimo; muito bom, muito mau, muito pequeno, muito grande.
Os numerais
São palavras que indicam a quantidade determinada e exacta, das coisas pessoas, coisas, acções e estados ou a sua ordem a série Ex.: Já tive 7 mulheres.
  • Cardinais:exprimem n° das pessoas, coisas, animais. Ex: O ano tem 12 meses.
  • Ordinais:exprimem ordem ou disposição em que as pessoas, coisas, etc., estão em relação às outras, Ex: Vivo no 5° andar, no 2º mora o meu primo.
  • Multiplicativos:indicam que um número ou um objecto é um certo n° de vezes maior que outro. Há um aumento proporcional da quantidade, a sua multiplicação. Ex.: duplo, triplo.
  • Fraccionários:diminuição proporcional da quantidade, a sua divisão. Recebeu dois terços do salário.
  • Colectivos:indicam um conjunto numericamente definidos.
Ex.: dúzia de lanja; dezena de livros.
Os pronomes
A palavra pronome é formada a partir da união das palavras (pro + nome), que significa em vez do nome.
São chamados pronomes todas as palavras variáveis e invariáveis usadas em vez dos nomes evitando assim a sua repetição e o uso excessivo de espaços pelas mesmas palavras. Exemplo:
TEXTO COM NOMES REPETIDOS
TEXTO SEM NOMES REPETIDOS
O Mateus convidou o Paulo para uma festa e pediu ao Paulo que levasse a irmã. Paulo respondeu ao Mateus que a irmã não se encontrava em Luanda e disse ao Mateus que estava com um amigo e perguntou ao Mateus se podia levar consigo esse amigo.
O Mateus convidou o Paulo para uma festa e pediu-lhe que levasse a irmã. Este respondeu-lhe que ela não se encontrava em Luanda e disse-lhe que estava com um amigo e perguntou-lhe se podia levá--lo consigo.
Os pronomes pessoais representam as pessoas na comunicação e variam em pessoa, número e género.
Dá-se o nome de pronominalização ao processo de substituição dos nomes por pronomes dentro de uma oração, período, frase ou texto.
Regras gerais da pronominalização
1º) Se o verbo terminar em ( r, s, ou z ) ao pronominalizarmos, os pronomes pessoais ( o, a, os, as ) transformam-se em ( lo, la, los, las) fazendo-se a supressão das consoantes terminais.
Ex.: É pra mim um prazer ver o senhor Zeca.
É pra mim um prazer vê-lo.
O mesmo acontece quando se usa o advérbio de designação (-eis).
2º) Se o verbo terminar em ditongo nasal ao pronominalizarmos, os pronomes pessoais ( o, a, os, as ) transformam-se em ( no, na, nos, nas) não se fazendo qualquer supressão.
Ex.: Acharam Zeca Santos ao amanhecer.
Acharam-no ao amanhecer
Os pronomes podem ser: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos, reflexos e recíprocos, e interrogativos.
QUADRO GERAL DOS PRONOMES PESSOAIS
Complemento indirecto

Número
Pessoa
Sujeito
Comp.directo
Sem preposição
Precedido
de preposição
Complemento circunstancial
Singular
eu
tu
ele,ela
me
te
se, o, a
me
te
lhe
mim
ti
si, ela, ele
mim, - migo
ti, - tigo
si, - sigo,
ele, ela
Plural
nós
vós
eles,elas
Nos
vos
se, os, as
nos
vos
lhes
nós
vós
si,elas,eles
nós, -nosco
vós, -vosco
si, -sigo,
eles, elas
Pronomes reflexos
Os pronomes reflexos são aqueles que indicam que a acção que é praticada pelo sujeito da oração recai sobre ele mesmo.
Ex.: ele vestiu-se primorosamente.
Ele só fala de si.
Matei-me com trabalhos.
Fazem parte do grupo dos pronomes reflexos e recíprocos os pronomes ( me, te, se, nos, vos, si )
Os pronomes recíprocos desempenham as mesmas funções que os reflexos mas em reflexos apresenta-se dois praticantes e a acção recai reciprocamente a eles.
Ex.: A Rita viu a Zita. → A Zita viu a Rita → elas viram-se.
Meu pai divertiu-se → diverte-me → nós divertimo-nos.
Segundo o exemplo, vezes há em que duas orações com pronomes reflexos unidas podem dar origem a uma só oração recíproca.
Pronomes possessivos
Chamam-se pronomes possessivos, aqueles que estabelecem uma relação de posse entre o possuidor e o objecto possuído.
Ex.: o teu pai e o meu são amigos.
Quebrei o vidro do meu carro.
QUADRO GERAL DOS PRONOMES POSSESSIVOS
SINGULAR
PLURAL

PESSOA
MASCULINO
FEMININO
MASCULINO
FEMININO
Um só possuidor
meu
teu
seu
minha
tua
sua
meus
teus
seus
minhas
tuas
suas
Vários possuidores
nosso
vosso
seus
nossa
vossa
sua
nossos
vossos
seus
nossas
vossas
suas
Pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos designam pessoas, coisas, acções ou até mesmo estado de coisas, situando-os no espaço, ou no tempo, sempre em relação com a situação do emissor ou receptor:
Ex.: Eis três edifícios: este é o tribunal, esse é o liceu, e aquele o teatro.
Obs.: Este indica o edifício mais próximo do emissor, esse, o mais próximo do receptor e aquele o afastado dos dois.
QUADRO GERAL DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS
VARIÁVEIS

SINGULAR
PLURAL
MASCULINO
FEMININO
MASCULINO
FEMININO
INVARIÁVEIS
este
esse
aquele
o outro
o mesmo
o
esta
essa
aquela
a outra
a mesma
a
estes
esses
aqueles
os outros
os mesmos
os
estas
essas
aquelas
as outras
as mesmas
as
isto
isso
aquilo

tal
tais
Pronomes relativos
Os pronomes relativos estabelecem a relação entre aquilo a que se referem e o que vem a seguir.
Ex.: é este o homem que assaltou a igreja.
QUADRO GERAL DOS PRONOMES RELATIVOS
VARIÁVEIS

SINGULAR
PLURAL
MASCULINO
FEMININO
MASCULINO
FEMININO
INVARIÁVEIS
o qual
cujo
quanto
a qual
cuja
quanta
os quais
cujos
quantos
as quais
cujas
quantas
que
quem
onde
Pronomes indefinidos
Os pronomes indefinidos denotam a 3ª pessoa, mas de um modo indeterminado, indefinido: algum = ele indefinido.
Ex.: precisas de alguma coisa?
QUADRO GERAL DOS PRONOMES INDEFINIDOS
VARIÁVEIS

SINGULAR
PLURAL
MASCULINO
FEMININO
MASCULINO
FEMININO
INVARIÁVEIS
algum
nenhum
certo
quanto
todo
vários
um
alguma
nenhuma
certa
quanta
toda
várias
uma
alguns
nenhuns
certos
quantos
todos
vários
uns
algumas
nenhumas
certas
quantas
todas
várias
umas
Algo
Cada
Outrem
tudo
Estudo dos verbos
O verbo na frase
O verbo é a palavra que anuncia um processo, existência, um estado, enquadrados num determinado tempo.
Ex.: Os alunos lêem. (acção).
O André é alto. (qualidade).
(Parte 6 de 12)
Haverá aulas amanhã (existência).
Ontem esteve muito calor (estado).
Na estrutura sintática da oração o verbo assume a função obrigatória de predicado e é o elemento fundamental do sintagma verbal. A simples forma verbal pode, por si só, constituir uma frase completa ou funcionar como mensagem autónoma.
Ex.: correm/ dançam / amanhece.
Estrutura do verbo
O verbo é constituído pelo radical, elemento invariável nos verbos regulares, e pela desinência terminação variável em número, pessoa, modo, tempo, aspecto e voz. No caso dos verbos irregulares, essa irregularidade pode manifestar-se no radical como no verbo medir: meço, medes, mede... ou na flexão do verbo dar: dou, dás, dá...
No verbo há um elemento fundamental, o tema que serve de base à flexão e se determina suprimindo a consoante ( r ) ao infinitivo do verbo. A vogal final do verbo chama-se vogal temática.
Além do tema, são elementos de flexão verbal a característica (sufixo que indica o tempo e modo) e a desinência (indicação de pessoa e de número).
Ex.: LAVAR
tema
Lavará
LAV radical
A vogal temática (característica da Iº conjugação)
R característica de tempo e modo (futuro do indicativo)
Á desinência de pessoa e número (3º pessoa do singular)
Conjugação verbal
Consiste na flexão sistematizada do verbo em todos os seus modos, tempos, números e vozes.
De acordo com a vogal temática, distinguem-se 3 conjugações regulares nos verbos em Português:
1ª Conjugação / verbos terminados em (AR) estudar, andar, estar.
2ª Conjugação /verbos terminados em (ER) escrever, ser, ver, pôr e suas formas.
3ª Conjugação / verbos terminados em (IR) partir, servir, sentir.
Nota:O verbo pôre seus compostos (compor, repor) são geralmente considerados 'como pertencendo à 2ª conjugação, visto que, na etimologia latina verbo (pôr) apresentava a vogal temática e (ponere / poer / pôr).
Classificação do verbo
  1. Quanto à flexão, os verbos classificam-se em:
Regulares - quando a radical se mantém inalterável ao longo da conjugação (lavar. Meter, partir). lavo, lavas / meto metes / parto, partes.
Irregulares -- quando o radical sofre modificações ao longo da conjugação (medir, trazer) meço, medes / trago / trazes.
  1. Abundantes – quando têm duas ou mais formas equivalentes, como no caso dos particípios duplo;
  1. Defectivos – quando se afastam da conjugação normal, não apresentando determinadas formas ou flexões, Os verbos defetivos podem ser:
  • Pessoais - quando se conjugam em todas as pessoas gramaticais (falir, reaver, soer, precaver, colorir, adequar, fremir);
  • Impessoais - quando exprimem uma acção que não pode ser atribuída a um sujeito, conjugando-se apenas na 3ª pessoa do singular. é o caso dos verbos que traduzem fenómenos da natureza como por exemplo: anoitecer. nevar, trovejar.
Obs.: o verbo haver, no sentido de existir (Há muitos homens na escola) é também impessoal.
  • Uni pessoais - quando só se empregam nas terceiras pessoas (singular e plural) com um sujeito expresso; é o caso dos verbos que exprimem vozes de animais (miar, ladrar, uivar).
Nota: no sentido figurado, os verbos defectivos impessoais como os unipessoais podem ser conjugados em todas as pessoas.
  1. sintacticamente, os verbos subdividem-se em:
  1. Transitivos - os que regem um complemento que lhes completa o sentido (comer, beber). Podem ser:
  • Directos ---- quando os verbos são seguidos de um complemento directo. (Ela comprou um computador).
Complemento directo
  • Indirectos -- quando são seguidos de um complemento indirecto. (O Professor fala ao aluno).
Complemento indirecto
  • Directos e indirectos - quando pedem um complemento directo e indirecto. (A mãe deu a bola ao filho).
  1. Intransitivo - os verbos que não são acompanhados de complementos para lhes completar o sentido.
Ex.: Eles riem; nasceu; o sol brilha.
  1. Copulativos ou de ligação - são aqueles que precisam do predicativo do sujeito para lhes o sentido.
Nome predicativo do sujeito
Ex: Elas estão alegres.
Ele é um astro.
  1. Quanto a sua função, um verbo pode ser:
  1. Principal - quando funciona autonomamente como predicado da frase transmitindo o sentido da frase.
Verbo principal
Ex. A criança brinca no jardim.
  1. Auxiliar - aquele que, tendo ou não perdido o seu significado próprio, associa-se a um verbo principal para formar locuções verbais.
Verbo auxiliar
Ex.: Eles têm viajado muito
Eles são consideradas famosas.
Os verbos auxiliares são utilizados na formação dos temposcompostos, da voz passiva e da conjugação perifrástica. Os auxiliares mais comuns são os verbos como: ter, haver, ser e estar.
Flexão do verbo
Como vimos, o verbo vária em número, pessoa, modo, tempo, aspecto e voz.
  • Número (singular e plural)
  • Pessoa (1ª, 2ª e 3ª do singular / eu. tu, e1e e do plural / nós, vós. eles/elas).
A 2ª pessoa do singular (tu) é usada também quando se quando se quer indicar o uso do tratamento informal ea forma você, com o verbo na 3ª pessoa em casos de tratamento formal.
Modos verbais
Em função da atitude do emissor relativamente ao processo, à qualidade ou ao estado enunciados pelo verbo podem distinguir-se os seguintes modos verbais:
  • Indicativo - traduz a acção como uma realidade, uma certeza.
Ex.: já é tarde.
Estive a ler o jornal.
  • Conjuntivo - apresenta a acção ou estado como uma possibilidade, uma eventualidade, uma expectativa ou dúvida.
Ex.: É provável que o tempo melhore.
Se estudasses mais, terias boas notas.
  • Condicional- exprime a acção como dependente de uma condição.
Ex.: Ela iria, se tivesse tempo.
Gostaria de falar contigo quando puderes.
Nota: alguns autores consideram o condicional como um tempo do modo indicativo, designado por futuro do pretérito, por remeter para uma acção futura relativa ao passado, enunciando uma possibilidade ou uma dúvida.
Ex: Disseste que virias e não vieste.
(Parte 7 de 12)
Conseguiria, se tentasses.
  • Imperativo - apresenta a acção como uma ordem, um conselho ou um pedido.
Ex.: Anda cá imediatamente!
Porta-te bem.
Por favor, ouçam com atenção.
Nas frases negativas do modo imperativo, utilizam-se normalmente as formas do conjuntivo por possuírem aparências na intenção de comunicação.
Ex.: Não te preocupes com isso.
Não façam asneiras!
  • Infinitivo - exprime o processo verbal em abstracto ou um facto continuo.
Ex.: O sermos muito toma a viagem mais divertida!
Ao leres a carta. / Ir ao cinema.
Obs.: O modo infinitivo apresenta duas formas: uma flexionada, como qualquer forma do verbo (infinitivo pessoal), e uma não flexionada que não se refere a nenhuma pessoa porque não tem sujeito próprio (infinitivo impessoal).
Tempo verbais
A relação entre o momento da realização da acção e o momento da sua enumeração é traduzida pelo tempo verbal que enquadra a acção num dos três tempos naturais: Preste,Pretérito e futuro.
  • O presente - situa o facto enunciado no momento da acção. É utilizado para indicar uma acção ou facto habitual, um estado.
Ex.: Viajo de carro todos os dias.
A terra é esférica!
Nota: existe presente com valor de pretérito (presente histórico ou narrativo) ou com valor de futuro.
Ex.: Em 1500, Pedro Álvaro Cabral descobre o Brasil.
Amanhã é feriado.
  • O pretérito - situa o processo verbal após o momento da enunciação e subdivide-se em:
  • perfeito - quando refere uma acção passada recentemente.
Ex.: nós fomos estudantes do IMPG.
tive boas condições.
  • Imperfeito - quando se refere a uma passada mais antiga que as outras.
Ex.: os governantes eram falsos na altura.
  • Mais que perfeito – quando se refere a uma acção passada e muito antiga em relação a outra acção passada.
Ex.: Luanda fora fundada por Paulo Dias de Novais.
  • O futuro - situa a acçao a se realizar depois do momento da enunciação.
Ex.: Irei ao banco na terça-feira.
Farei esse exercício amanhã!
Nas férias, viajaremos pelo mundo a fora.
Tempos compostos.
Os tempos compostos formam-se com os auxiliares ter e haver e o particípio do verbo que se quer conjugar (nos casos dos verbos com duplo particípio, emprega, em regra, a forma regular com os auxiliares ter e haver para formar os tempos compostos da voz activa - ter salvado. haver salvado).
No modo indicativo temos:
  • Pretérito perfeito composto: formado pelo presente do indicativo do verbo ter e o particípio do verbo principal para exprimir uma acção continua.
Ex.: Tenho comprado muitos livros.
  • Pretérito mais-que-perfeito composto: formado pelo verbo ter no pretérito imperfeito do indicativo e o particípio do verbo principal para enumerar uma acção concluída.
Ex.: Tinha passeado no bosque.
  • Futuro composto: formado com o futuro do verbo ter e o particípio do verbo principal para traduzir uma suposição sobre factos passados, ou para exprimir uma suposição no futuro.
Ex.: Como ela não veio penso que terá adoecido.
No modo conjuntivo encontramos:
  • Pretérito perfeito composto: formado pelo presente do conjuntivo do verbo ter e o particípio do verbo principal para traduzir uma expectativa ou numa suposição.
Ex.: Imagino que tenhas comprado muitos livros.
  • Pretérito mais que perfeito composto: formado com o pretérito imperfeito do conjuntivo do verbo ter e o particípio do verbo principal para enunciar uma possibilidade no passado.
Ex.: Se tivesses lido o livro, terias gostado.
  • Condicional composto do conjuntivo: formado com o condicional do verbo ter e o particípio do verbo principal para exprimir uma eventualidade.
Ex.: Eu teria ido se não tivesse estado a chover.
O aspecto
O aspecto apresenta acção expressa pelo verbo no início, desenvolvimento ou conclusão. Esta perspectivação da acção verbal em termos da sua individualidade intimamente o aspecto à categoria de tempo. Podemos distinguir dois aspectos:
  • Perfectivo: acção concluída (Já vi esse filme). Pode ser pontual ou momentâneo (acção breve) e conclusivo ou cessativo(processo na fase final).
  • lmperfectivo: acção inacabada. (Ela estudava até tarde). Pode ser durativo(acção se prolonga no tempo), incoativo(acção na fase inicial) e iterativo ou frequentativo(acção que se repete).
Voz
Pode ser activa: quando sujeito pratica a acção.
Ex.: O filho abraçou o pai.
O filho Viu a mãe)
Passiva – quando a acção é sofrida ou recebida pelo sujeito.
Ex. O pai foi abraçado pelo filho.
A mãe foi vista pelo filho).
Conjugação perifastica
Para traduzir de forma expressiva o processo verba1, utiliza-se também locuções verbais, formadas com os auxiliares ter, haver, estar. Ficar, costumar, Vir e connnuar,seguidos (ou não ) de uma preposição, ou da conjunção quee de uma das formas nominais do verbo principal (gerúndio, particípio ou infinitivo impessoal).
Essas locuções são formas de um tipo específico de conjugação, a conjugação perifrástica, utilizada para exprimir diferentes valores semânticos.
  • Com auxiliar (Ter) e o infinitivo do verbo principal (i. v. p.), antecedido da preposição de ou da conjunção que, exprime-se uma obrigação ou uma necessidade:
Ex.: tenho de estudar imediatamente.
Tenho que esperar pelo resultado do exame.
Haver + i. v. p, antecedido da preposição de firme propósito.
Ex.: Havemos de resolver a questão.
Hei-de conseguir fazer o trabalho.
Estar + i. v. p., antecedido da preposição. a, ou com o auxiliar estar seguido do gerúndio duração ou um acção prolongada
Andar + i. v. p., antecedido da preposição a , ou com o andar seguido do gerúndio duração ou uma acção prolongada.
(Parte 8 de 12)
Parte 9 de 12)
Ex.: Estou a pensar nesse assunto. / Estou pensando nisso.
Andava a escrever um livro. / Ela anda preparando um romance.
Estar + i. v. p., antecedido da preposição. Para intenção ou eminência de um acontecimento.
Ex.: Há meses que estou para te telefonar. / O comboio está para chegar.
Estar + i. v. p., antecedido da preposição. Por acção que devia ter sido realizada, mas não o foi ainda.
Ex.: O livro está por escrever. / A casa estava por construir.
Ficar + i. v. p, antecedido da preposiçao por acção que não foi realizada.
Ex.: A cama ficou por fazer. ! Os copos ficaram por lavar.
Ir + i.. v. p, propósito ou uma ideia futura.
Ex.: Vou falar com ela imediatamente. / Ele vai viajar na semana que vem.
Ir +gerúndio do verbo principal acção progressiva ou facto eminente.
Ex.: Os dias iam ficando cada vez maiores!
Ia tropeçando, mas não cheguei a tropeçar.
Vir + i.v. p. intenção ou movimento em direcção a um fim.
Ex.: Venho falar contigo. ! Ele vem estudar para Portugal.
Ir +genindio do verbo principal acção que se desenvolve gradualmente.
Ex.: O tempo vai ficando mais quente! / Os dias vão passando.
Vir + i. v. p., antecedido da preposição a traduz o resultado de uma acção.
Ex.: Só mais tarde viemos saber a verdade.
Vieram a encontrar os familiares por acaso.
Conjugação pronominal
Existe um tipo especial de conjugação em que as formas verbais da voz activa se associam aos pronomes oblíquos (pronomes que funcionam como complemento directo ou indirecto da oração).
Distinguem-se três tipos:
  • Conjugaçao pronominal - o verbo é conjugado com os pronomes pessoais (o, a, os, as) para exprimir uma acção que se reflecte numa entidade exterior ao sujeito.
Ex.: O Pedra escreve a carta. O Pedra escreve-a.
  • Conjugaçao pronominal reflexa - o verbo é conjugado com os pronomes reflexos (me, te, se, nos vos, se) exprimindo uma acção que recai sobre o sujeito que a pratica.
Ex.: Penteia-te e vem!
  • Conjugação pronominal reciproca – o verbo é conjugado com os pronomes pessoais do plural (se, nos, vos) apresentando uma acção que recai mutuamente sobre os seus agentes (um sujeito plural ou composto).
Ex.: Eles abraçaram-se.
Nota: para mais detalhes ver os pronomes e regras da pronominalização.
  1. Palavras Invariáveis
Advérbios
Advérbios e locuções adverbiais
Advérbios: são todas as palavras invariáveis que se juntam aos verbos, aos adjectivos e a outros adverbios para lhes modificar a significação, isto é, para lhes determinar ou intensificar o significado. São chamados advérbios pelo facto de estarem normalmente junto dos verbos (ad + vérbu).
Ex.:  A Joana faz [facilmente] essa prova = ( verbo + advérbio).
Ex.: está tudo muito [bem] = ( advérbio + advérbio).
Ex.: Helena saio da sala surpreendentemente [bela] = ( advérbio + adjectivo).
Os advérbios indicam normalmente as circunstâncias de lugar, tempo, quantidade, modo, afirmação, negação, dúvida, inclusão e designação por isso podem ser substituídos por expressões preposicionais.
Ex.: O soldado caminhou [decididamente] para a luta. → advérbio
O soldado caminhou [com decisão] para a luta . → Expressão preposicional
QUADRO GERAL DOS ADVÉRBIOS

Tempo
Lugar
Modo
hoje; logo; primeiro; ontem; tarde; outrora; amanhã; cedo; dantes; depois; ainda; antigamente; antes; doravante; nunca; então; ora; jamais; agora; sempre; já; enfim; etc.
aqui; antes; dentro; ali; adiante; fora; acolá; atrás; além; lá; detrás; aquém; cá; acima; onde; perto; aí; abaixo; aonde; longe; debaixo; algures; defronte; nenhures; etc.
bem; mal; melhor; pior; assim; aliás; depressa; devagar; como; debalde; sobremodo; sobretudo; sobremaneira; quase; principalmente
Obs.: muitos advérbios de modo formam-se juntando mente à forma feminina do adjectivo
Quantidade
Afirmação
Negação
muito; pouco; mais; menos; demasiado; quanto; quão; tanto; tão; assaz; que (equivale a quão); tudo; nada; todo; bastante; quase
sim; certamente; realmente; decerto; efectivamente; etc.
não; nem; nunca; jamais; etc.
Dúvida
Exclusão
Inclusão
acaso; porventura; possivelmente; provavelmente; quiçá; talvez
apenas; exclusivamente; salvo; senão;somente; simplesmente; só; unicamente
ainda; até; mesmo; inclusivamente; também
Ordem
Designação
Interrogação
depois; primeiramente; ultimamente
eis
onde? como? quando? porque?
  Obs.: O advérbio onde pode combinar-se com a preposição a (aonde) e com a preposição de (donde) e o uso de cada uma das formas pode ser descrita assim:
Onde: indica o lugar em que se situa a acção verbal: onde você mora?
Aonde: indica o lugar para o qual se dirige a acção verbal: aonde você quer chegar?
Donde: indica o lugar do qual parte a acção verbal: donde você veio?
Locução adverbial
São geralmente formadas por uma preposição ligada a um substantivo ou a um advérbio.
Ex.: a custos, à distância, à pressas, à vontade, às escondidas, às escuras, às vezes, ao acaso, de cima, a tempos, na verdade, por vezes, em breve, de longe, a baixo, a sós, ao contrário, de manhã, de vez em quando etc.
NOTA.: A maior parte destas locuções são de modo, sendo as outras de lugar ou de tempo e muitas delas correspondem a um simples advérbio.
Ex.: na verdade = verdadeiramente.
Preposições
Palavras invariáveis que relação entre duas partes ou palavras de uma oração ou frase sendo estas dependentes uma da outra.
Ex.: Venho de Roma → (ligando o verbo vir ao substantivo Roma). Ex.: Ofereceram-me um relogio de ouro → ( ligando um substantivo a outro substantivo).
São conhecidas como sendo preposição simples as seguintes:

aanteapósaté
comconformecontraconsoantededesdedurante
emexceptoentremedianteparaperante
Por (per)salvosemsegundosobsobretrás
Há palavras que pertencem a outras classes, mas que funcionam, por vezes, como preposição assim como: afora, conforme, consoante, durante, excepto, fora, mediante, menos não obstante, salvo, segundo, se não tirante etc.
Ex.: Dou-te tudo afora (excepto) armas.
Ex.: Venceu mediante (com) a ajuda do público.
Locuções Prepositivas
À junção de uma palavra com outra função morfológica a uma preposição não deixando de desempenhar a mesma função morfológica o segundo elemento da união dá origem ao que chamamos de «Locução prepositiva»
(Parte 9 de 12)
Eis algumas das principais locuções prepositivas mais usadas na língua portuguesa:
Abaixo de apesar de em baixo de para cima de
Acerca de a respeito de em cima de para com
A cima de atrás de em frente de perto de
Através de em frente de perto de adiante de
De acordo com por causa de depois de em vez de
Junto a junto de a par de dentro de
A contracção prepositiva
Contracção: é a combinação de uma preposição com um artigo, pronome, ou advérbio dando se a perda ou a transformação de fonemas no seu interior formando nova palavra com a mesma função de preposição só com nome diferente.
As preposições a, de, em ao unirem-se a outras palavras formam um só vocábulo que perde algum fonema por isso chama-se o novo vocábulo de contracção.
Observe o quadro das contracções das preposições com outras palavras.
a
de
em
a + a = à
a + as = às
a + aquele = àquele
a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela
a + aquela = àquelas
a + aquilo = àquilo
de + a = da
de + as = das
de + o = do
de + os = dos
de + ele = dele
de + eles = deles
de + ela = dela
de + elas = delas
de + este = deste
de + estes = destes
de + esta = desta
de + estas = destas
de + isto = disto
de + esse = desse
de + esses = desses
de + essa = dessa
de + essas = dessas
de + isso = disso de + aquele = daquele
de + aqueles = daqueles
de + aquela = daquela
de + aquelas = daquelas
de + aquilo = daquilo
de + aqui = daqui
de + ali = dali
em + a = na
em + as = nas
em + o = no
em + os = nos
em + ele = nele
em + eles = neles
em + ela = nela
em + elas = nelas
em + este = neste
em + estes = nestes
em + esta = nesta
em + estas = nestas
em + esse = nesse
em + esse = nesses
em + esses = nesses
em + essa = nessa
em + essas = nessas
em + isso = nisso
em + aquele = naquele
em + aqueles = naqueles
em + aquela = naquela
em + aquelas = naquelas
em + aquilo = naquilo
em + um = num
em + uns = nuns
em + uma = numa
em + uma = numa
em + umas = numas
Interjeições
São sons com os quais espontaneamente exprimimos impressões, sentimentos, emoções, sensações etc.
Ah! - admiração, dor, alegria
Ai! Ui! - dor, surpresa
Bom! Bravo! Bis - aplauso
Oh! Oxalá! - desejo
Oh! - espanto, alegria, dor
Ó! Olá! Pst! Psiu! Alô! Ch! - chamamento
Psch! Pxiu! Caluda! - silêncio
Apre! Irra! Oh! - indignação, aborrecimento
Ob!. Hei.- medo.
Locuções interjectivas: Ai meu Deus!; Pobre de mim; Ai de mim; Deus queira.
As conjunções
São classificadas como sendo conjunções, todas as palavras invariáveis que ligam duas ou mais orações diferentes de um mesmo período ou dois termos semelhantes de uma oração.
Ex.: A água é bebida ≠ O vinho é bebida.
A água e o vinho são bebidos.
Ex.: Os homens gostam de vinho, mas outros adoram água.
Ex.: Ninguém dispensa a água porque ela é indispensável à vida.
No primeiro caso dois diferentes termos são ligados a uma só oração através da conjunção (-e) nos dois a seguir duas orações são ligadas por meio de uma conjunção formando assim um único período composto por orações complexas.
As conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas sendo uma ou outra palavra invariável que se diferencia por meio de algumas particularidades das quais faremos referência nesta unidade temática.
Conjunções coordenativas
São assim chamadas todas as palavras invariáveis que permitem a ligação de duas ou mais orações diferentes a um único período não havendo dependências entre as orações enquanto separadas.
Às orações que por meio das conjunções coordenativas forem ligadas terão por leis gramaticais o nome de orações coordenadas isto quer dizer que tanto a primeira como a segunda, pela independência serão coordenadas, mas a segunda por ser a detentora da partícula de ligação logo após a divisão será chamada oração coordenada mais o nome da conjunção que a liga à primeira.
As conjunções coordenativas podem ser: copulativas, adversativas, disjuntivas, conclusivas e explicativas.
Ex.: A Mena lava a roupa /e a Ana limpa o chão.
1º oração → oração coordenada.
2º oração → oração coordenada copulativa por estar ligada à segunda por meio de uma conjunção coordenativa copulativa.
QUADRO DAS CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
CLASSIFICAÇÃO
CONJUNÇÕES
LOCUÇÕES
COPULATIVAS
(Indica adição)
e, nem, também
não só…mas também… não…como também…
tanto…como…
ADVERSATIVAS
(Indica oposição)
Mas, porém, toda via, entretanto, contudo.
não obstante, apesar disso, ainda assim, ao passo que.
DISJUNTIVAS
( Indica alternativa)
ou
ou …ou…
ora …ora…
Já …já…
quer …quer…
seja …seja…
seja …ou…
nem …nem…
CONCLUSIVAS
( indica conclusão)
Logo, pois, portanto
Por conseguinte, por consequência, pelo que
Conjunções subordinativas
Chamam-se conjunções subordinativas as que permitem a ligação de duas ou mais orações havendo dependência entre elas ou seja uma das orações depende da outra para lhe completar o sentido.
Ex.: Sabemos /que cada homem deve cumprir a sua missão.
Disseram-nos/ que não faríamos provas.
1º oração → oração subordinante.
2º oração → oração subordinada integrante por estar ligada à segunda por meio de uma conjunção subordinativa integrante.
Nos exemplos apresentados, as segundas orações dependem das primeiras para lhes completar o sentido e por estarem a transportar com elas as conjunções subordinativas, chamar-se -hão orações subordinadas e as primeiras são as orações subordinantes ou principais
QUADRO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
CLASSIFICAÇÃO
CONJUNÇÕES
LOCUÇÕES
Condicionais
Se, caso
a não ser que, desde que, no caso que, a menos que, uma vez que, excepto se, sem que, desde que
Temporais
Quando, enquanto, mal, apenas,
antes que, depois que, logo que, assim que, desde que, ao passo que, tanto que
Integrantes
que, se
Causais
Porque, pois, como = (porque), porquanto, que = (porque)
Visto que, já que, pois que, por isso que, por isso menos que
Comparativas
Como, conforme, segundo, qual, que
Assim como…assim, assim como…assim também, bem como, menos do que
Finais
Que = (para que)
Para que, a fim de que, por que
  1. Algumas questões de funcionamento da língua
  1. Uso do Mas e Mais.
  • Mas - é uma conjunção adversativa, equivalente a porém, contudo, todavia.
Ex: Bernardo correu muito durante toda competição, mas não conseguiu ganhar.
  • Mais - é um advérbio de quantidade opondo-se geralmente a menos.
Ex: Joaquim é mais estudioso que a Mariana;
Vou acrescentar mais dois pratos na mesa. (aqui, mais é oposto de menos).
  1. Uso de se nãoesenão.
  • Se não – é a união da conjunção subordinativa + advérbio de negação.
Ex: Se estudar o seu futuro não será garantido.
Ex.: Se não estudares o seu futuro não será garantido.
  • Senão - é advérbio de exclusão e é correlativo de não.
Ex: Maria não veio senão para me ver.
  1. Uso de por que, porque (é que) e porquê.
Usa-se Por que:
  • Quando imediatamente antes de um nome escreve-se "por que", e equivalendo a "pelo/a (s) qual (is)
Ex: Já sabes o motivo por que a Jéssica não veio à escola?
  • Quando na frase se puder subentender as palavras "motivo / razão".
Ex.: Não sei por que (motivo) não me disseste nada.
  • Usa-se Porque:
  • Como conjunção explicativa equivalendo a pois / já que / uma vez / que, como.
Ex: Não podemos sair porque está a chover.
  • Nas interrogativas (directas ou indirectas) podendo ser seguido por "é que"
Ex: Porque (é que) ainda não te levantaste?
  • Usa-se Porquê:
  • O porquê representa um substantivo significando causa, razão, motivo e normalmente, surge acompanhada de palavra determinante (um. artigo, por exemplo).
Como é um substantivo, pode ser pluralizado:
Ex.: Temos de saber o porquê de toda essa confusão.
Creio que os verdadeiros porquês não foram esclarecidos.
  • Usa-se também em final de frase, como interrogativo:
Ex.: Disseste que me telefonarias, mas não o fizeste. Porquê?
  1. Uso de a(as), à(às), há(hás) e ah.
  • a(as) - artigo definido feminino no singular, ou plural.
Ex: O Paulo e a Tatiana são bons alunos.
  • a(s) - preposição simples (Ver preposições). liga a pessoa ou coisa em que recai indirectamente a acção de um verbo (complemento indirecto): Ofereci um quadro ao Pedra.
  • Usa-se com alguns verbos transitivos, como complemento directo, em expressões fixas, corno "Devemos amar a Deus", e pode marcar movimento e localização no espaço e no tempo.
Ex: Vou a Vitória.
  • à (s) - Ver O estudo da acentuação – (Crase).
  • ah - é uma interjeição que exprime sentimentos (admiração, dor, alegria) ...
  1. Uso de onde e aonde.
  • Onde - indica o lugar em que se está ou se passa algum facto. Normalmente, refere-se a verbos que exprimem estado ou permanência:
Ex: Onde você vai?
Onde você vai ficar nas próximas férias?
Não sei onde começar a procurar.
  • Aonde - exprime a ideia de movimento. Costuma referir-se a verbos de movimento.
Ex.: Aonde você vai?
Aonde querem chegar com essas atitudes?
Aonde devo dirigir-me para obter esclarecimentos?
Não sei aonde ir.
  1. Uso de mau / mal:
  • Mal pode ser advérbio ou substántivo:
  • Como advérbio, significa "irregularmente", “erradamente”, de forma 'inconveniente ou desagradável opõe-se a bem.
Ex.: Este rapaz conduz mal.
  • Como substantivo, mal pode significar "doença", molestia, em alguns casos significa "aquilo que é prejudicial ou nocivo"
Ex: A cólera é um mal que afecta a população.
Não há mal que nunca acabe"
Obs.: a palavra "mal" pode, igualmente, ser uma conjunção temporal.
Ex;. Mal chegou, foi deitar-se.
  • Mau - é adjectivo. Significa “ruim, de má índole, de má qualidade”. Opõe-se a bom e apresenta a forma feminina má.
Ex: Este restaurante não é mau.
A irmã tem um mau comportamento.
  1. Uso de sob. e sobre:
  • Sob - marca uma delimitação de inferioridade espacial e temporal em relação a um espaço, uma época ou em relação a uma determinada entidade:
- Localização num espaço real: Ex.: beijei-a sob as águas das "cachoeiras".
- Localização num espaço figurado: Ex.: este prémio foi dado sob a égide do Presidente da República.
- Localização no tempo: Ex.: sob a dinastia dos Filipes, Portugal perdeu colónias importantes.
  • Sobre - marca uma posição de superioridade em relação a um determinado espaço, marcando um valor de proximidade entre o termo antecedente e o termo consequente:
- Localização num espaço real: Ex.: pôs os pratos sobre a mesa.
- Localização num espaço figurado: Ex.: é preciso falar sobre os últimos acontecimentos.
- Localização temporal: Ex.: a chuva começou a cair sobre a madrugada.
  1. Uso de todo /a (s):
A palavra "todo", quando seguida de nome, deve ser acompanhada de determinante artigo (ou demonstrativo) que com ele concorda em género e número.
Ex.: Todo o homem é mortal.
Toda a gente gosta de ter amigos.
Todos os domingos vou à praia. _
Todas as crianças devem ser vacinadas.
  1. Uso de haver e ver:
Haver - forma do verbo haver no infinitivo (geralmente conjugado com o verbo ir, para exprimir; = ter).
Ex: Vai haver jogo amanhã? (haverá jogo amanhã?)
Desde ontem que começou a haver (ter) mais água na cidade.
A ver - preposição a seguida do verbo ver; serve também para relacionar.
Ex.: Estás a ver o mesmo que eu?
Este curso da Faculdade tem a ver com a tua maneira de ser?
  1. Diferenças entre verbos conjugados como. Lava-se /Lavasse: trata-se / Tratasse; Estuda-se / estudasse.
Diferença entre as duas formas verbais
Tempo verbal
Lava-se
Presente do verbo lavar conjugado reflexamente na 3ª pessoa do singular.
Lavasse
Pretérito imperfeito do conjuntivo do verbo lavar na 1ª e 3ª pessoa do singular.
Pela conjugação em outras pessoas
Eu lavo-me
Tu lavas-te
Ele lava-se, etc.
Pronomes pessoais aparecem sempre separados do verbo pelo hífen.
Se eu lavasse
Se tu lavasses
Se nós lavássemos etc.
Pela pronúncia
Lava-se
Silaba tónica
Lavasse
Lavasse
Pelo plural
Ele lava-se
Eles lavam-se
Se ele lavasse as mãos…
Se eles lavassem as mãos
Pela negativa
Ele lava-se
Ele não lava-se
Se ele lavasse as mãos…
Se ele não lavasse as mãos.
Formas de Tratamento (Tu, Você...)
  • TU - empregue como forma própria de intimidade: de pai para filhos, avós ou tios para netos e sobrinhos, entre irmãos e amigos, entre marido e mulher, entre colegas de faixa etária igualou próxima.
  • VOCÊ - empregue fora do campo da intimidade, como tratamento igualitário ou de superior para inferior (em idade, classe social, hierarquia)
Ex: Queres uma maça? (tu) Quer uma maça? (você)
Formas de tratamento
(Parte 11 de 12)
O tratamento formal e o tratamento informal
ABREVIATURA
TRATAMENTO
USADO PARA:
V.A.
S.A.
Vossa alteza
Sua alteza
Príncipes e duques
Arquiduques
V.Emª
S.Emª
Vossa eminência
Sua eminência
Cardeais
V.Ex.ª
S.Ex.ª
Vossa excelência
Sua excelência
Altas autoridades do governo ou qualquer pessoa a quem se queira manifestar grande respeito.
Mag.º/ª
Magnífico/ a
Reitores de universidades
V. M.
S. M
Vossa majestade
Sua majestade
Reis, Imperadores
V. Ex.ª Rev.ma
S. Ex.ª Rev.ma
Vossa excelência reverendíssima
Sua excelência reverendíssima
Bispo e arcebispos
V. P.
S. P.
Vossa paternidade
Sua paternidade
Abades superiores de conventos
V. Rer.ª
Vossa reverência ou reverendíssima
Sacerdotes em geral
V. S.
S. S
Vossa santidade
Sua santidade
Papa
CAPÍTULO IV - SEMÂNTICA
Nota: as formas com "Vossa" referem-se à? 2ª Pessoa, isto é, a pessoa com quem falamos.
Ex.: Excelência, Senhor Ministro, aprova esta medida?
As formas com "Sua" dizem respeito à 3ª pessoa, aquela de quem falamos:
Ex.: Sua Excelência, o Senhor Ministro, aprovou esta medida.
RELAÇÃO ENTRE AS PALAVRA
Há na língua portuguesa e outras palavras que se escreve da mesma maneira, são pronunciadas da mesma maneira mas possuem significados completamente diferentes havendo entre elas uma certa relação que é explicada ao fazermos o uso da semântica que é a parte da gramática que trata especificamente do sentido actual das palavras e das modificações das mesmas ao longo dos tempos.
A Polissemia: consiste no facto de um significante (palavra) ter um sentido central (primeiro), do qual derivam outros sentidos (segundo).
Polissemia → 1 palavra → vários significados.
PALAVRAS
ESCREVE-SE
PRONUNCIA-SE
SIGNIFICADOS
OU
SENTIDO
Homógrafas
Da mesma maneira
De maneiras diferentes
Diferentes
Homófonas
De maneiras diferentes
Da mesma maneira
Diferentes
Parónimas
De maneiras diferentes
De maneiras diferentes
Diferentes
Antónimas
De maneiras diferentes
De maneiras diferentes
Contrário
Sinónimas
De maneiras diferentes
De maneiras diferentes
Mesmo significado
Homónimas
Da mesma maneira
Da mesma maneira
Diferentes
CAPÍTULO V - LÉXICO
Os processos de formação das palavras
São realizados variados estudos e com estes, conclui-se sempre que a língua viva encontra-se em constante evolução e transformação que ao longo dos tempos tem viabilizado o surgimento constante de novas língua através da união ou do contacto firme de duas diferentes línguas sendo estas do mesmo espaço geográfico ou não.
Denomina-se processo de formação de palavras, o processo que permite a formação de novos lexemas o palavras a qualquer uma língua desde que a partir do surgimento do fenómeno a palavra nova seja usada dentro desta língua de acordo ao nível a que for enquadrado sem quaisquer complicações. Este processo depende inicialmente de dois essenciais factores conhecidos como: Derivação e composição.
Para que você possa diferenciar bem esses processos e, com isso, evitar erros na resolução de exercícios, precisas inicialmente fazer a distinção entre três tipos de palavras:
Palavra primitiva: é toda palavra que não nasce de outra, dentro da língua portuguesa. Ex.: rua, sol, pedra, cidade etc.
A palavra primitiva pode servir de ponto de partida para a formação de outras palavras.
Palavra derivada: é toda palavra que ser forma a partir de uma outra palavra pré-existente. Ex.: novidade (novo); ensolarada (sol).
Palavra composta: é toda palavra que se forma a partir da reunião de duas ou mais palavras (ou radicais).
Ex.: pontapé (ponta+pé); azul-claro (azul+claro).
A derivação
É o processo que permite a criação de novas palavras a partir da união de um afixo (prefixo ou sufixo) a uma palavra primitiva (substantivo, adjectivo, verbo ou advérbio) dando origem a uma nova palavra com significação diferente da que possuía antes da junção.
A derivação pode ser feita por prefixação, sufixação e por parassíntese sendo o prefixo um acréscimo feito no princípio, o sufixo um acréscimo feito no fim e a parassíntese os acréscimos feitos no principio e no fim das palavras primitivas permitindo a criação de outras novas palavras que enriquecem o léxico de uma língua.
  • Derivação prefixal: quando acrescentamos um prefixo à palavra primitiva.
Ex.: re (prefixo) + fazer (palavra primitiva) = refazer (derivação prefixal).
  • Derivação sufixal: quando acrescentamos um sufixo à palavra primitiva.
Ex.: ponta (palavra primitiva) + eiro (sufixo) = ponteiro (derivação sufixal).
  • Derivação parassintética (ou parassíntese): ocorre quando a um determinado radical ou palavra mãe acrescentam-se, ao mesmo tempo, um prefixo e um sufixo.
Ex.: re (prefixo) + pátria (palavra primitiva) + ar (sufixo) = repatriar.
Obs.: existem para além destes processos de derivação, outros processos tais como: a derivação regressiva e a derivação imprópria.
  • Derivação regressiva: nesse caso, ao contrário dos anteriores, a palavra não aumenta sua forma, e sim diminui, reduz-se o tamanho das palavras graças a criação de substantivos a partir dos verbos.
ex.: abalar → abalo, chorar → choro, debater → debate.
Esse processo dá, principalmente, origem a substantivos a partir de verbos e ocorre com a substituição da terminação do verbo pelas desinências a, e, o. Convém notar que todo substantivo formado por derivação regressiva termina em a, e ou o e indica uma acção.
Para exemplificar esse processo, vamos considerar as duas palavras sublinhadas na frase:
Ex.: O resgate dos passageiros foi feito através da âncora.
resgate: termina em (e) e indica a acção de resgatar, portanto é formada por derivação regressiva. âncora: termina em (a), mas não indica acção, portanto não é formada por derivação regressiva. trata-se de uma palavra primitiva.
  • Derivação imprópria: é a passagem de uma palavra que pertencente a determinada classe gramatical (substantivo, adjetivo, advérbio etc.) para outra classe.
Ex.: Fumar (é verbo) / o fumar (é substantivo)
Claro (é adjectivo) / ela fala claro (é advérbio)
Nota que a palavra muda de classe gramatical sem sofrer modificação em sua forma.
A composição
É o processo que permite a formação das palavras através da combinação de duas ou mais palavras (mãe) já existentes, dando origem a uma nova palavra com a significação diferente.
A composição pode ser feita de duas formas que são:
  • Composição por justaposição: quando as duas (ou mais) palavras que se juntam não perdendo nenhum fonema, mantendo, por isso, a pronúncia que apresentavam antes da composição dão origem a uma nova palavra com o significado diferente e são normalmente separadas por um hífen ou traço de união. Ex.: saca-rolhas (saca + rolha); couve-flor (couve + flor); obra-prima (obra + prima); pé-de-moleque (pé + de + moleque).
Composição por aglutinação: quando pelo menos uma das palavras que se unem podendo uma delas perder alguns fonemas, sofrendo, assim, uma mudança em sua pronúncia e originando uma nova palavra não separada por um traço de união ou hífen.
Ex.: petróleo (petra + óleo); fidalgo (filho + de + algo); pernalta (perna + alta);
Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos para formação de palavras, como:
  • Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo, grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alcoômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);
  • onomatopéia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zunzum, miau);
  • abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
  • siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma seqüência de palavras (academia brasileira de letras - abl). a partir de siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)
  • neologismo: nome dado ao processo de criação de novas palavras, ou para palavras que adquirem um novo significado.
  • acronimia: criação de novas palavras a parti das sílabas iniciais de outras palavras (frelimo → frente de libertação de moçambique); minfamu (ministério da família e promoção da mulher.
(Parte 12 de 12)

Postado por Dario Dr de Melo

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